Tivemos recentemente notícia de que a Síria encararia como um acto hostil a colocação de forças internacionais em território libanês junto à sua fronteira.
Claaaro! Assim deixariam de poder reequipar o Hizballah e ficaria à vista até das mentes mais ingénuas um dos instigadores da instabilidade na região.
Na semana passada a polícia inglesa abortou um megaplano terrorista em iminente estado de execução, que teria como resultado a explosão em pleno vôo de mais de uma dezena de aviões de e para os Estados Unidos. E, é preciso não esquecer, milhares e milhares de vítimas inocentes, entre passageiros e pessoas que levassem com os destroços em cima.
Naturalmente que surgem as comparações apressadas com os civis mortos no Líbano, que, sem dúvida, não serão menos inocentes.
Há, porém, uma diferença substancial. Enquanto que no Líbano o Hizballah, deliberadamente, se misturou com a população, construindo os seus bunkers em áreas residenciais disfarçados de blocos de apartamentos, lançando os seus katiusha a partir dos bairros libaneses, na Europa as potenciais vítimas seriam pessoas que simplesmente estariam a deslocar-se do ponto A para o ponto B.
"O mesmo aconteceu no Líbano!", poderão dizer e com razão. Mas isso só amplifica a responsabilidade dos terroristas pelo horror a que sujeitam as populações que, muitas vezes sem hipótese de escolha, os albergam no seu seio. Horror esse que planeiam exportar culpando a prosperidade ocidental pelas insuficiências e frustrações dos seus países. Esquecendo convenientemente que são parte do problema; não vendo ou não querendo ver que a Europa só se tornou próspera depois de duas guerras mundiais, quando finalmente tomou consciência da importância da paz; pretendendo reduzir o mundo ao mínimo denominador comum: a miséria.
Se em vez de dedicarem um ódio visceral ao Ocidente, canalizassem as energias para a melhoria das condições de vida nos seus próprios países, certamente que o mundo deixaria de ser tão perigoso.
24 agosto, 2006
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