30 janeiro, 2009

Núcleo Lusófono da História

Vai aqui o convite do NLH (Núcleo Lusófona da História) para todos os amigos e simpatizantes da História para se inscreverem utilizando a ficha de adesão que podem encontrar no link do cabeçalho desta mensagem.
Quem precisar de mais esclarecimentos pode responder a este apelo neste blogue.
Queremos pessoas motivadas e que partem da convicção de que o futuro que queremos pode ser construído somente com a compreensão do passado, e não ignorando o passado.

Sobre o que disse o Sr. Cardeal

Os lideres árabes, obrigados a recuar, fecharam-se ao mundo, com receio do que poderia vir de fora. Protegeram-se, criaram regras rígidas que impusesse a ordem e a união nos territórios dominados, depois da proveitosa expansão iniciada uns séculos antes. Cada líder, cada rei, com o corão na mão-tal como se fez com a bíblia durante praticamente 1500 anos-colocava ordem interna, criando uma carapaça protectora. Tudo o que tinha sido criação, genialidade, invenção técnica, ideias novas, não interessava agora. O Estado tinha que prevalecer sobre o privado, sob pena de desagregação, transformações sociais indesejadas, a qualquer custo. O mundo árabe estagnou. O privado era o Estado, o Estado era o privado. Mais do que isso não. A mulher, segundo o corão, é um ser submisso ao homem, até porque é um ser frágil e que não trabalha, logo como pode ter algo a dizer ao homem de espada em punho e saco de dinheiro na cintura?
O Sr. Cardeal não se lembra dos tempos áureos da Igreja, onde a mulher era submissa ao homem, por lei divina?
Tem a memória curta e é irresponsável, porque, nesta altura, não são precisas mensagens de ódio e xenofobia, ainda por cima dirigidas a ovelhas tresmalhadas (mulheres cristãs casarem com muçulmanos, imagine-se) de um já disperso rebanho.
Não tente impor nada, Sr Cardeal, a revolução francesa há-de chegar um dia àquelas bandas, não porque um Napoleão ocidental vai entrar por ali dentro, que isso já não se usa (embora o George USA o pretendesse), mas porque as parabólicas já chegaram há muito ao mundo árabe. Se tiver que acontecer alguma coisa, será com naturalidade, será internamente. Não temos que nos impor a ninguém.
E porque hoje é sexta-feira:
YES, WEEKEND!!!

23 janeiro, 2009

Arquivo Nacional da Torre do Tombo

- Uma visita com o sabor das memórias!

Inserida no Programa Curricular da disciplina de Introdução à História – I, teve lugar na Quarta-Feira, dia 21 de Janeiro de 2009, a agendada Visita de Estudo da nossa Turma ao Arquivo Nacional da Torre do Tombo, na Alameda da Universidade, em Lisboa.

Esta verdadeira instituição viva do património cultural e histórico da nação, dependente da Direcção-Geral de Arquivos, do Ministério da Cultura, encerra em si, não só a memória do nosso passado colectivo, como as suas mais importantes fontes documentais e, acima de tudo, como diria o poeta, as nossas próprias saudades do futuro.

Não é em vão que, desde a antiguidade clássica, a História nos dá conta de que os povos organizados em sociedades, tiveram a necessidade de projectar o seu presente e a construção do seu futuro, tendo por base um mito ou uma estória – melhor dito, mitos ou estórias! -que envolvessem os seus maiores e os feitos que destes ecoava nas suas memórias ou, nas mais das vezes, se inventavam para criar, recriar ou reinventar um passado colectivo que, muitas vezes, não passava de sonhos ou visões completamente deturpadas dos factos, mas enlevadas pelas emoções e afectos que nem sempre são bons conselheiros para a hermenêutica, a crítica e a eurística da historiografia.

Quem se dedicar ao estudo e à investigação das chamadas Culturas Clássicas, cedo achará que a mitologia grega e romana, não é mais do que a expressão viva e actual, ainda que ancestral, da tese por nós aqui defendida!
Com esta visita ao Arquivo Nacional da Torre do Tombo, magnificamente guiada pela Drª Maria dos Remédios Amaral, Assessora Principal, do Serviço Educativo do Gabinete de Relações Externas e Cooperação, se concluiu – e bem! - o percurso traçado, no início do semestre, em que se programaram as vistas de estudo e trabalho à Biblioteca Central Victor de Sá (da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias), ao Arquivo, Museu e Palácio da Presidência da República e ao Arquivo Nacional da Torre do Tombo.

Sempre acompanhados pela docente da disciplina de Introdução à História – I, Professora Drª Olga Iglésias e pela Drª Maria dos Remédios Amaral, os discentes que efectuaram esta jornada de estudo, tiveram a oportunidade de visitar demoradamente as instalações da Torre do Tombo e contactar de perto com as ferramentas e metodologias colocadas à disposição dos investigadores e historiadores ou dos simples curiosos do nosso passado, para o cabal desempenho das suas necessidades naquele espaço que é, por si, uma verdadeira cátedra de conhecimento e do saber da História de Portugal.

No final da visita, foi-nos ainda facultada a observação de uma interessante mostra, organizada na Sala de Exposições temporárias da Torre do Tombo, iniciativa integrada no Ano Europeu do Diálogo Intercultural, sob o aliciante tema “Os Arquivos no Diálogo Intercultural” o que nos permitiu uma reflexão sobre as especificidades da utilidade, manutenção, preservação e dignificação deste tipo de arquivos, hoje em dia tão na moda, através da novel teorização e concepção das Ciências Documentais.

Para quem é visita assídua deste local, os segredos revelados, não constituíram uma novidade, mas com a certeza da solidariedade, entre companheiros de turma, o espírito de partilha abriu-nos novos olhares e novas maneiras de estar e ser intérprete ou protagonista da própria história da ancestral Torre do Tombo!

Eu, ainda sou do tempo – sem saudosismos! – das pastas e dos maços se amontoarem por sombrios corredores e frias escadas do actual Palácio de São Bento, outrora convento beneditino, onde a troco de uma garrafa de vinho do porto se conseguiam as tão necessárias fotocópias dos processos de Santo Ofício, para a construção da genealogia familiar. Como longe vão esses tempos! Hoje a Torre do Tombo é modelo de modernidade e inovação, até no natural acompanhamento das novas tecnologias que, a todo o momento e todos os dias, fazem perigar a longevidade dos métodos de suporte e arquivo.

Talvez seja tempo, de recuperar a força e a razão da cidadania, dos direitos cívicos e conseguir que a antes activa, bem pensada e melhor conseguida Associação dos Amigos da Torre do Tombo volte a ter a acção de pressão, divulgação e dignificação que teve no passado recente!

Uma visita com o sabor das memórias e… os olhos no Futuro!

21 janeiro, 2009

Como Jefferson previu em 1802...

Sem computadores, estatísticas ou análises de mercado...

«Acredito que as instituições bancárias são mais perigosas para as nossas liberdades do que o levantamento de exércitos. Se o povo Americano alguma vez permitir que bancos privados controlem a emissão da sua moeda, primeiro pela inflação, e depois pela deflação, os bancos e as empresas que crescerão à roda dos bancos despojarão o povo de toda a propriedade até os seus filhos acordarem sem abrigo no continente que os seus pais conquistaram.»

Thomas Jefferson, estadista norte-americano (1743-1826)

Ainda pensam que a História não se repete?

19 janeiro, 2009

E se Obama fosse africano?

Esta pergunta foi colocada pelo escritor moçambicano Mia Couto no texto que segue, o qual reflecte na perfeição a realidade africana.

Os africanos rejubilaram com a vitória de Obama. Eu fui um deles. Depois de uma noite em claro, na irrealidade da penumbra da madrugada, as lágrimas corriam-me quando ele pronunciou o discurso de vencedor. Nesse momento, eu era também um vencedor. A mesma felicidade me atravessara quando Nelson Mandela foi libertado e o novo estadista sul-africano consolidava um caminho de dignificação de África.

Na noite de 5 de Novembro, o novo presidente norte-americano não era apenas um homem que falava. Era a sufocada voz da esperança que se reerguia, liberta, dentro de nós. Meu coração tinha votado, mesmo sem permissão: habituado a pedir pouco, eu festejava uma vitória sem dimensões. Ao sair à rua, a minha cidade se havia deslocado para Chicago, negros e brancos respirando comungando de uma mesma surpresa feliz. Porque a vitória de Obama não foi a de uma raça sobre outra: sem a participação massiva dos americanos de todas as raças (incluindo a da maioria branca) os Estados Unidos da América não nos entregariam motivo para festejarmos.

Nos dias seguintes, fui colhendo as reacções eufóricas dos mais diversos recantos do nosso continente. Pessoas anónimas, cidadãos comuns querem testemunhar a sua felicidade. Ao mesmo tempo fui tomando nota, com algumas reservas, das mensagens solidárias de dirigentes africanos. Quase todos chamavam Obama de "nosso irmão". E pensei: estarão todos esses dirigentes sendo sinceros? Será Barack Obama familiar de tanta gente politicamente tão diversa? Tenho dúvidas. Na pressa de ver preconceitos somente nos outros, não somos capazes de ver os nossos próprios racismos e xenofobias. Na pressa de condenar o Ocidente, esquecemo-nos de aceitar as lições que nos chegam desse outro lado do mundo.

Foi então que me chegou às mãos um texto de um escritor camaronês, Patrice Nganang, intitulado: "E se Obama fosse camaronês?". As questões que o meu colega dos Camarões levantava sugeriram-me perguntas diversas, formuladas agora em redor da seguinte hipótese: e se Obama fosse africano e concorresse à presidência num país africano? São estas perguntas que gostaria de explorar neste texto.

E se Obama fosse africano e candidato a uma presidência africana?

1. Se Obama fosse africano, um seu concorrente (um qualquer George Bush das Áfricas) inventaria mudanças na Constituição para prolongar o seu mandato para além do previsto. E o nosso Obama teria que esperar mais uns anos para voltar a candidatar-se. A espera poderia ser longa, se tomarmos em conta a permanência de um mesmo presidente no poder em África. Uns 41 anos no Gabão, 39 na Líbia, 28 no Zimbabwe, 28 na Guiné Equatorial, 28 em Angola, 27 no Egipto, 26 nos Camarões. E por aí fora, perfazendo uma quinzena de presidentes que governam há mais de 20 anos consecutivos no continente. Mugabe terá 90 anos quando terminar o mandato para o qual se impôs acima do veredicto popular.

2. Se Obama fosse africano, o mais provável era que, sendo um candidato do partido da oposição, não teria espaço para fazer campanha. Far-Ihe-iam como, por exemplo, no Zimbabwe ou nos Camarões: seria agredido fisicamente, seria preso consecutivamente, ser-Ihe-ia retirado o passaporte. Os Bushs de África não toleram opositores, não toleram a democracia.

3. Se Obama fosse africano, não seria sequer elegível em grande parte dos países porque as elites no poder inventaram leis restritivas que fecham as portas da presidência a filhos de estrangeiros e a descendentes de imigrantes. O nacionalista zambiano Kenneth Kaunda está sendo questionado, no seu próprio país, como filho de malawianos. Convenientemente "descobriram" que o homem que conduziu a Zâmbia à independência e governou por mais de 25 anos era, afinal, filho de malawianos e durante todo esse tempo tinha governado "ilegalmente". Preso por alegadas intenções golpistas, o nosso Kenneth Kaunda (que dá nome a uma das mais nobres avenidas de Maputo) será interdito de fazer política e assim, o regime vigente, se verá livre de um opositor.

4. Sejamos claros: Obama é negro nos Estados Unidos. Em África ele é mulato. Se Obama fosse africano, veria a sua raça atirada contra o seu próprio rosto. Não que a cor da pele fosse importante para os povos que esperam ver nos seus líderes competência e trabalho sério. Mas as elites predadoras fariam campanha contra alguém que designariam por um "não autêntico africano". O mesmo irmão negro que hoje é saudado como novo Presidente americano seria vilipendiado em casa como sendo representante dos "outros", dos de outra raça, de outra bandeira (ou de nenhuma bandeira?).

5. Se fosse africano, o nosso "irmão" teria que dar muita explicação aos moralistas de serviço quando pensasse em incluir no discurso de agradecimento o apoio que recebeu dos homossexuais. Pecado mortal para os advogados da chamada "pureza africana". Para estes moralistas - tantas vezes no poder, tantas vezes com poder - a homossexualidade é um inaceitável vício mortal que é exterior a África e aos africanos.

6. Se ganhasse as eleições, Obama teria provavelmente que sentar-se à mesa de negociações e partilhar o poder com o derrotado, num processo negocial degradante que mostra que, em certos países africanos, o perdedor pode negociar aquilo que parece sagrado - a vontade do povo expressa nos votos. Nesta altura, estaria Barack Obama sentado numa mesa com um qualquer Bush em infinitas rondas negociais com mediadores africanos que nos ensinam que nos devemos contentar com as migalhas dos processos eleitorais que não correm a favor dos ditadores.

Inconclusivas conclusões

Fique claro: existem excepções neste quadro generalista. Sabemos todos de que excepções estamos falando e nós mesmos moçambicanos, fomos capazes de construir uma dessas condições à parte.

Fique igualmente claro: todos estes entraves a um Obama africano não seriam impostos pelo povo, mas pelos donos do poder, por elites que fazem da governação fonte de enriquecimento sem escrúpulos.

A verdade é que Obama não é africano. A verdade é que os africanos - as pessoas simples e os trabalhadores anónimos - festejaram com toda a alma a vitória americana de Obama. Mas não creio que os ditadores e corruptos de África tenham o direito de se fazerem convidados para esta festa.

Porque a alegria que milhões de africanos experimentaram no dia 5 de Novembro nascia de eles investirem em Obama exactamente o oposto daquilo que conheciam da sua experiência com os seus próprios dirigentes. Por muito que nos custe admitir, apenas uma minoria de estados africanos conhecem ou conheceram dirigentes preocupados com o bem público.

No mesmo dia em que Obama confirmava a condição de vencedor, os noticiários internacionais abarrotavam de notícias terríveis sobre África. No mesmo dia da vitória da maioria norte-americana, África continuava sendo derrotada por guerras, má gestão, ambição desmesurada de políticos gananciosos. Depois de terem morto a democracia, esses políticos estão matando a própria política. Resta a guerra, em alguns casos. Outros, a desistência e o cinismo.

Só há um modo verdadeiro de celebrar Obama nos países africanos: é lutar para que mais bandeiras de esperança possam nascer aqui, no nosso continente. É lutar para que Obamas africanos possam também vencer. E nós, africanos de todas as etnias e raças, vencermos com esses Obamas e celebrarmos em nossa casa aquilo que agora festejamos em casa alheia.


Publicado no jornal Savana em 14 de Novembro de 2008.

18 janeiro, 2009

As lógicas imperiais e os processos contemporâneos

É uma análise das lógicas coloniais-imperiais portuguesas a partir de
nove memórias publicadas em Goa e em Portugal. São cinco os autores goeses e quatro portugueses. Qualquer delas já vem tarde para intervir e alterar o rumo.
São pós-visões do passado, e o pós-visionismo põe em risco a capacidade de captar a contemporaneidade dos processos que acompanharam as lógicas imperiais. Mas acho que podem ter algum valor positivo de apanhar as implicações destes processos a longo prazo.
As transições e a continuidade merecem ser levadas em conta para avaliar melhor os processos que nos interessam e que não podem ser estudados validamente somente na sua contemporaneidade e isolados do seu passado e do seu futuro.
É com esta perspectiva de “processos contemporâneos” que eu pensei em chamar a atenção para a utilidade das memórias “recém-publicadas” de alguns autores que participaram nesses processos. Quero deixar um caveat: São também armadilhas “montadas” e que nos podem distrair do verdadeiro caminho para a compreensão dos mesmos processos.

N.B. Será publicada em breve uma versão alargada desta análise em inglês, no número especial dedicado a “Parts of Asia“, da revista Portuguese Literary and Cultural Studies, coordenado por Cristiana Bastos, investigadora no ICS, Universidade de Lisboa. A nova versão inclui mais quatro mémorias, duas destas publicadas em Portugal e duas em Goa.

08 janeiro, 2009

Uma longa história e um futuro trágico em construção

Da maneira como até agora Israel tem procurado criar zonas de controle nos países soberanos vizinhos, nunca será possível garantir respeito pela soberania dos seus vizinhos e ao mesmo tempo exigir que eles garantam a segurança de Israel! O desiquilibrio das forças e a ferocidade dos ataques israelitas só vão gerar mais ódio das novas gerações dos palestinos e seus simpatizantes, ódio esse que se associa também aos americanos e seus aliados considerados cúmplices dos sionistas. Israel tem uma longa história, mas também um longo e trágico futuro em construção.

06 janeiro, 2009

A Função Social da História?

Ao longo do texto de José Mattoso “ A Função Social ”, apresentado na abertura do ano lectivo 1998/1999, Licenciatura de História, não me parece bem clara a diferença entre historiadores e licenciados em História, a não ser, que o autor tenha optado por considerar historiador todos os licenciados em História, já que teve o cuidado de apresentar uma nova diferenciação como criação de historiadores profissionais.
Confesso contudo, que fiquei mais confusa, quando me diz que esta classe esta espalhada por toda a parte, mesmo nas cidades do interior e, que se ocupam a investigar o passado de todos os lugares e regiões, apresentando em paralelo actividades dos arqueólogos. Julgava que profissionais eram os que viviam das suas publicações e, possivelmente, os que no aparelho do estado, são funcionários públicos, não dependem dos seus escritos ou investigações.
Quanto ao futuro dos licenciados em História, que a partir dos anos 80, embora o autor referia os anos 70, oferecem mais oportunidades aos que se licenciaram em História para exercerem outras actividades que o autor não especifica, mas que as relações publicas, comerciais e de turismo vão ser preenchidas com estes licenciados.
Ao contrário do historiador, não creio que as famílias dos burgueses fossem chamadas à discussão acerca da História, já que a possibilidade de emprego consoante as “ cunhas” não é de ontem nem de hoje, mas de sempre. O que é necessário, conforme diz o autor, é que todos tenhamos a percepção clara entre os conhecimentos históricos e as necessidades do mercado. Só assim, será possível orientar os nossos movimentos, no sentido de uma tarefa compatível e que esteja ao nosso alcance.
Para que o esforço não seja inútil, não considero desinteressante, bem pelo contrário, estar atenta ao mundo empresarial e aos noticiários do país, pois só assim, poderemos saber o que se constrói em equipamento cultural, em estruturas produtivas, bem como as condições sociais para projectos de desenvolvimento, onde possamos ser úteis e necessários.
Sobre as questões complexas não é a minha opinião persuadir os gestores a saber História, mas sim a contratarem profissionais licenciados em História, dada a sua preparação em poderem perspectivar o futuro, já que bem conhecem o passado.
Concordo inteiramente com a deslocalização para qualquer área do país onde as suas qualificações sejam necessárias, já que todas as razões invocadas são ultrapassadas com o nosso trabalho, os nossos conhecimentos, sempre actualizados com as novas tecnologias.
Acerca da investigação, damos como certo que não investiga quem quer, mas sim quem tem conhecimentos para investigar, quem tem uma perseverança inabalável nas dificuldades e quem esteja preparado para saber que em alguns casos não se encontra a resposta prevista.
A investigação não será assim um objecto que possa vir a ter um futuro previsível, mas não nego, que o facto de a história exigir amplos conhecimentos das ciências humanas e capacidade para integrar os contributos de outras ciências, dá-se uma visão diversificada e crítica do mundo e, dos pequenos factos individuais que tantas vezes são desconsiderados, mas com um enorme valor pessoal e impacto social.
Para finalizar, recordar o passado colectivo como demonstra o autor, não é para mim uma luta contra o desaparecimento da identidade, mas sim fomentar a consciência dela mesmo.

Filipa Carvalho
frgpca@hotmail.com