13 maio, 2005

A HISTÓRIA É NOSSA!

Abram as garrafas de champagne, mas do francês, não queremos cá imitações! Como dizia o poeta, Deus quer, o homem sonha e a obra nasce. E esta foi uma obra-relâmpago, nada como as que vemos por aí, tipo de Santa Engrácia. Além disso os custos foram mínimos.
Mais a sério agora. Este é um sítio onde vamos poder falar de História, entre amigos. Conhecemo-nos todos na Lusófona e não podemos ignorar o espaço em que nos conhecemos. Não estamos, contudo, fechados a um pequeno círculo. A História é de quem a faz e de quem a ama, por isso desejamos que todos participem e comentem o que aqui fazemos. O nosso lema é seriedade, informalidade e tolerância.
A História é nossa. Vamos apostar nela?

6 comentários:

Unknown disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
G. disse...

Eu aposto nela! Bola prá frente...

Anónimo disse...

O Champagne fica para o nosso próximo reencontro, mas a amizade ao fim destes cinco anos está no nosso coração. Podem crer que a luta foi grande tal como a de hatshepsut a mulher faraó, mas já tenho muitas saudades da alegria dos colegas e do carinho dos professores. Por isso não vamos deixar a nossa história se apagar, vamos lutar por ela e pela nossa amizade, FORÇA

Anónimo disse...

Razão profunda tinha o arguto Eça de Queirós quando se referia ao
Portugal do seu tempo — igual ao de hoje — como um País de opereta.

Como País de opereta se tem comportado Portugal desde 1820, quando os do Sinédrio, nas nuvens da mais irrealista utopia, se con­venceram e convenceram outros, de que com uma Constituição es­crita, o País ia passar a ter felicidade e prosperidade a jorros, alegria, far­tura e riqueza, como se do simples papel impresso de uma Constitui­ção pudesse resultar, sem mais, o bom senso político e administrati­vo, a inteligência governativa, o empenho no trabalho, o aumento da produtividade, o entendimento dos direitos e obrigações cívicas, o
somatório de princípios, de valo­res, de ideais e de qualidades, en­
fim, que condicionam e regem o progresso das Nações.

Já em texto de 1882, em «As Farpas», a dupla Eça de Queirós e Ramalho Ortigão, escalpelizava o problema do défice, ali escreven­do:

«Fazem-se empréstimos para suprir o imposto, criam-se impos­tos
para pagar os juros dos emprés­timos, tornam-se a fazer emprésti­mos para atalhar os desvios do imposto para o pagamento dos ju­ros e neste interessante círculo vi­cioso, mas ingénuo, o défice — por uma estranha birra, admissível num ser teimoso, mas inexplicável num mero saldo negativo, em uma não existência, — aumenta sempre atra­vés das contribuições intermiten­tes com que se destinam a extingui-lo; já o empréstimo contraído, já o imposto cobrado».

Em 1926, numa situação de descrédito financeiro como a actu­al, com um défice incontrolado, o General Gomes da Costa desem­bainhou a espada e, à frente do exército, marchou de Braga para Lisboa, travando o descalabro da partidocracia, em que o País se ato­lava.

Em 1928, perante a humilhante situação de recusa da Sociedade das
Nações em avalizar um emprés­timo internacional que Portugal pretendia contrair para o saneamen­to das finanças públicas, o Governo da ditadura chamou à pasta das Finanças um professor universitá­rio de Coimbra que, em artigos de imprensa —jornal O Imparcial — propunha o
reequilíbrio financeiro do País pelos seus próprios meios, sem
recurso a créditos externos.

Na tarde do dia 27 de Abril de 1928, o tal professor de Coimbra
tomava posse da pasta das Finan­ças, afirmando:

«Sei muito bem o que quero e para onde vou!»

E foi. O País acompanhou-o.

Doze anos depois, em 1940, as finanças estavam equilibradas, a
economia recuperada, o País inter­nacionalmente credibilizado e a
Nação comemorava, condignamente, o seu duplo centenário: da naci­
onalidade, 800 anos — 1140-1940; da restauração, 300 anos — 1640-
1940, com o lançamento de um surpreendente plano de fomento que dotou Portugal de uma rede de estradas condigna para a época, de edifícios escolares, vias férreas, reapetrechamento do Exército e da Marinha, lançamento da Força Aé­rea, criação da aviação comercial, tudo com rigor, sobriedade, e disci­plina, sem derrapagens financeiras e pago a pronto, com boa moeda portuguesa.

As finanças públicas de Portu­gal atravessaram, incólumes, a guer­ra
mundial de 1939-1945, que dei­xou a Europa de rastos, num caos de
destruição e de crise, cada vez mais sólidas e, em 1968, quando o pro­fessor de Coimbra morreu, deixava uma situação em que se discutia o que fazer ao «superavit» e não ao défice, créditos firmados, finanças estáveis e o Banco de Portugal a abarrotar em ouro.

À data da sua morte, foi-lhe encontrada uma conta pessoal cujo
saldo era de 25 mil escudos. O seu património reduzia-se à casa herda­
da dos pais, no Vimieiro, em Santa Comba Dão. Nunca teve contas no
estrangeiro, nem viu beneficiada a sua situação pa­trimonial ou eco­
nómica à custa do exercício de um poder, quase ab­soluto, que lhe foi
confiado entre 1928 e 1968.

Chamava-se António, de seu nome completo, António de Oli­veira Salazar.

O segredo do seu êxito?

A honestida­de, a seriedade, a força de vontade e a convicção do
discurso e dos actos com que convenceu a Na­ção da necessida­de,
imprescindí­vel, de Produzir e Poupar, fazendo aceitar por todos o
princípio patri­ótico de Tudo pela Nação, Nada contra a Nação.

O País escutou, viu, acreditou.

Concentrou-se, consciencializou-se, produziu e poupou.

Assimilou que tudo havia a fa­zer pela Nação e nada contra ela.

Tudo se inverteu desde Abril de 1974: Chegaram os cravos para os pobres e a democracia para os políticos fanfarrões e carteiristas!

Unknown disse...

quod delevi delevi

É uma adaptação do que disse Pilatos: quod scripsi scripsi. Houve capacidades demonstradas na história portuguesa de indivíduos avançarem com iniciativas e as conseguirem sustentar sózinhos! Podemos citar As Farpas. Durante alguns anos a célebre revista Brotéria dos Jesuitas de Portugal era editada inteiramente por Padre Domingues Maurício com tantos pseudónimos quantas eram as contribuições nela inseridas! Quem tem ouvidos para ouvir oiça!

Anónimo disse...

Hitler disse a Franco que invadisse Portugal porque este era um anacronismo como país, sem nada que justificasse a sua existência. Franco hesitou: sabia que o pequeno rafeiro ladrava muito...enquanto não estava a morder mas vencia batalhas à dentada.E optou prudentemente por se aliar. Como décadas mais tarde também optou por se manter sossegado, num Abril qualquer.
Até podemos ser um povo de porcaria e um país de porcaria, mas se a nossa História não é, o que é que isso nos diz? Parabéns e APostemos na História, para aprender e mudar.