16 julho, 2009

A internet portuguesa há 500 anos

Há dois anos, por altura da inauguração em Washington de Encompassing the Globe, Holland Cutter, do New York Times, descrevia Portugal como "uma faixa de terra a correr ao longo da margem atlântica de Espanha" e começava a sua crítica à exposição num tom de informalidade e despreocupação científica susceptível de arrepiar muitos especialistas europeus. Com estas palavras: "Um facto pouco conhecido: uma versão da Internet foi inventada em Portugal há 500 anos por um punhado de marinheiros com nomes como Pedro, Vasco e Bartolomeu. A tecnologia era primária. As ligações eram instáveis. O tempo de resposta era glacial. (Uma mensagem enviada nesta rede poderia levar um ano a chegar.) Eles aguentaram tudo isso. Estavam ansiosos por aceder ao mundo."
Cutter, que em Abril último ganhou um Pulitzer, referia-se assim às vias de informação e miscigenação que os Descobrimentos portugueses criaram, com dados sobre cada uma das novas regiões e populações a passar por vezes de nau em nau e a chegar à Europa na forma de relatos, desenhos, pinturas e objectos, mas também animais e matérias-primas até então desconhecidos e recebidos como extraordinários naquele que acabaria por ganhar o cognome de Velho Continente. Uma boa analogia.



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