Confesso que não estava nada à espera, mas foi essa a conclusão a que cheguei quando vi uns outdoors espalhados pelas avenidas de Lisboa.
O pior é que ninguém ainda me tinha dito nada e eu estava aqui descansado da minha vida, ocupado com os meus problemas, quando afinal o país (não a região, não o concelho, não a localidade, mas nem mais nem menos que o país inteiro) estava dependente da necessidade da minha pessoa.
Por um lado é um orgulho que um indivíduo sente em haver uma instituição como Portugal, com quase 900 anos de História, a ter assim tão grande precisão dos seus préstimos que se veja na obrigação de o anunciar de forma tão veemente. Não havia necessidade de tanto, bastava dar-me uma telefonadela.
Por outro lado, Portugal não refere concretamente em que é que eu o posso ajudar. Sou um simples cidadão, cumpridor das suas obrigações, votante e pagante de impostos, amável para com os vizinhos, carinhoso para com as crianças, respeitoso para com os idosos (e podia ir por aí fora a descrever qualidades), mas que tem uma esfera de acção limitada.
Assim, agradecia a Portugal que me informasse em que situação é que lhe posso ser útil, para que eu possa ver o que se pode arranjar.
Sem outro assunto, subscrevo-me com elevada estima e consideração.
04 novembro, 2005
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2 comentários:
Pero Vaz said
Veja lá o que pode fazer por nós! A não ser que precisem de si para pagar, por exemplo, as taxas de juro, que vão subir; a não ser que precisem de si para ir para o desemprego, para que um boy mais competente ocupe o seu lugar; a não ser que precisem de si para que sofra mais um pouco por todos nús e por eles também...se não for para isso, espero que nos ajude. Veja lá, que não seja para fazer mais maldades...olhe que lhe atiço os pobres e os emigrantes dos bairros periféricos e depois não sei como vai ser...
caro Capelo, o senhor, tal como eu faço, já sustenta as viúvas, os órfãos, os reformados, os idosos, os que não descontaram para a segurança social e agora exigem pensões, os deficientes, os enfermos,os desempregados, os agricultores com as culturas avariadas, as pessoas com as casas ardidas, os que têm falta de água e os que têm inundações,a aleitação de crianças, as licenças por maternidade e paternidade, as licenças sabáticas dos funcionários públicos, as baixas de meio mundo (nunca vi um País tão doente!)etc, etc,etc? Se não está a pagar isto tudo, esteja descansado que o País em breve lhe dirá claramente o que precisa de si...através das Finanças.
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