No passado dia 4 os EUA foram a votos para escolher o seu presidente. Para além de uma afluência histórica como há muito não se via dado os americanos estarem cada vez mais divorciados da política, registou-se ainda a eleição do primeiro presidente negro 150 anos depois da abolição da escravatura.
Espera-se muito de Barack Obama.
Para lá do facto positivo de George W. Bush sair de cena (será talvez a única coisa positiva que se poderá dizer deste governante), aguarda-se agora com expectativa uma nova política que se distancie da filosofia do lucro desenfreado e tenha maior atenção às pessoas. É isso que esperam os milhões de americanos que perderam o emprego ou a casa na voragem do colapso da especulação financeira.
É isso também que espera o resto do mundo.
Como se verificou, a filosofia da guerra preventiva teve como único resultado milhares de mortos entre as tropas americanas e os civis apanhados no fogo cruzado, sendo que os objectivos oficialmente definidos (apanhar bin Laden e estabilizar a região do Médio Oriente) não passaram de boas intenções, na melhor das hipóteses, ou de desculpas esfarrapadas para assegurar o fornecimento do petróleo através da imposição da pax americana, numa visão mais cínica dos acontecimentos. O mundo inteiro ficou farto da arrogância e incompetência da Administração Bush que apenas conseguiu redobrada crispação nos inimigos e alienação da boa vontade dos amigos para resolver os problemas.
Como dizia Winston Churchill: «Pode sempre contar-se com os americanos para fazerem a coisa certa... depois de tentarem tudo o resto».
Espera-se ainda que os seguidores acéfalos da visão do lucro-a-todo-o-custo que pontearam um pouco por toda a Europa finalmente se dêem conta do buraco para onde se dirigiam na ânsia de veneração ao deus-dinheiro e arrepiem caminho antes que seja demasiado tarde.
09 novembro, 2008
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1 comentário:
1-Momento histórico, sem dúvida, mas não tenho a certeza de nada...quem tem?
Como dizia um senhor do futebol..."pode ser uma faca de dois legumes".
2-Apesar de tudo, a "cobrança" vai ser maior, por ser negro.
Não tem tarefa nada fácil, Obama: a cor, o nome e a idade vão pesar sempre junto dos americanos (e não só), na hora das deisões polémicas, que vai ter que tomar.
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