19 dezembro, 2010

JORNADA DE TRABALHO E ALMOÇO DE NATAL CURSO DE HISTÓRIA


No dia 18 de Dezembro, 2010, os alunos do 3ª ano do Curso de História, organizaram à semelhança do que é já tradição, o almoço de Natal, juntamente com os alunos do 1º e 2º anos, e desta vez também com os mestrandos de Ensino em História e Geografia.

De salientar que a jornada deste dia, foi pensada também, como forma de visitar vários espaços, no âmbito das temáticas abordadas na cadeira de História de Arte e Património III.

De manhã, efectuamos uma visita ao Museu de Arte Contemporânea, com uma observação atenta às obras do grande pintor Columbano Bordalo Pinheiro, expostas na exposição temporária, intitulada COLUMBANO, no âmbito das comemorações do centenário da República. O nosso sempre eloquente companheiro Victor Escudero, fez uma magnífica introdução sobre a vida e obra deste grande artista.

A meio da manhã, visitamos uma outra exposição da artista Ana Castro Freire, A Sagrada Família…o Trilho, patente no espaço da Fundação Sousa Pedro. Houve oferta de presentes e um drink, antes do almoço.

Mas como a hora do repasto se aproximava, foi ao Teatro Nacional D. Maria II, que rumamos, para esse efeito. Aqui, tivemos emoções, discursos, homenagens, atribuição de diplomas e passagem de testemunho do Núcleo Lusófono da História, cujos novos eleitos, terão nas suas mãos a responsabilidade da sua continuação.

O tempo urge, e eis que no átrio do TNDM II, técnicos e actores já esperavam, para dar início ao espectáculo A VISITA. Propunha-se uma visita encenada aos bastidores do Teatro, dando a conhecer a história do edifício e um contacto muito directo com os actores, que nos traziam velhas lembranças, com memórias reais e sítios com história.

Divertiram-nos as personagens do Pãozinho, que busca incessantemente o amor das actrizes Delfina ou Rosa, nos camarins e corredores do Teatro, mas que por outro lado, assume-se como um verdadeiro galã conquistador das demais actrizes.

Referimos ainda a personagem do Pingas, que apesar de gostar mais da ginginha, estava lá, no Teatro e vivamente aplaudia os actores e vivia os espectáculos.

Apreciamos de igual modo, a personagem de Contra-Regra, que nos conduziu pelos cantos e recantos, exercendo a sua profissão, com apego aos actores e ao espectáculo.

Outras personagens se impuseram, a grande actriz e empresária do TNDM II, Amélia Rey Colaço, ou a alusão ao espectáculo “As Árvores Morrem de Pé”, com o registo de voz, da grande actriz Palmira Bastos.

A Visita, terminou na Sala Garrett, mas ainda houve tempo, para eu própria, fazer uma breve intervenção sobre alguns aspectos mais técnicos e conduzi-los ao Piso O, situado a 14 metros de profundidade (na foto acima), em pleno Rio Tejo, que merecia também uma espreitadela e um enquadramento histórico.

Em suma, uma tarde diferente, e onde no final, transparecia nos rostos, satisfação e alegria. Pela minha parte, saí também com o sentimento de dever cumprido, de ter proporcionado uma ida ao TNDM II.

Em nome dos alunos, agradecemos a presença, a orientação e o acompanhamento dos Senhores Professores: Teotónio R. de Souza, Maria Adelina Amorim, Manuel Antunes e Vitor Serrão.

À Professora Ana Cristina Martins, cujas temáticas e trabalhos do semestre, justificaram estes desafios, é por si, que procuramos fazer sempre melhor.

Não esquecemos os demais Professores, que por algum motivo não puderam estar presentes, mas que sempre contamos com eles.

A todos o nosso OBRIGADA

DEOLINDA MENDES

3º Ano – Curso de História

O Natal de 2010 - Curso de História na Lusófona


Realizou-se ontem, dia 18 de Dezembro de 2010 o já tradicional almoço de Natal do Curso de História da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias.

O repasto foi precedido pela visita de estudo ao Museu do Chiado, integrada na Cadeira de História da Arte e Património III, do Curso de História da ULHT, inscrevendo-se de igual modo nas actividades promovidas pela Secção de História do Património e da Ciência do CPES, com o apoio do NHL - Núcleo Lusófono de História.

Em foco estava a exposição sobre o grande português Columbano Bordalo Pinheiro, um dos maiores nomes da arte contemporânea em Portugal. Esta mostra é composta por 75 obras, grande parte delas pertencentes ao museu que o próprio artista dirigiu entre 1914 e 1927.

A visita foi muito bem conduzida pelo nosso colega Vítor Escudero, que nos transportou literalmente para dentro do mundo do artista, integrando-nos na época e na própria personalidade e génio criativo de Columbano.

Depois desta viagem ao universo do artista, o grupo composto por elementos das três turmas do curso, liderado pela Sra. Professora Ana Cristina Martins, rumou em direcção à Galeria da Fundação Sousa Pedro, onde teve lugar um Porto de Honra e uma pequena sessão de entrega de presentes.

Finalmente descemos ao Rossio para o almoço que teve lugar no Restaurante Amo-te, que está situado dentro das instalações do Teatro D. Maria II. No repasto estiveram presentes os nossos docentes: Sr. Prof. Teotónio R. de Souza, Sra. Prof. Ana Cristina Martins, Sra. Prof. Maria Adelina Amorim, Sr. Prof. Manuel Antunes e como convidado de honra o Sr. Prof. Vítor Serrão, director do Curso de História da Arte da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.

O final do almoço foi também o momento em que se procedeu à passagem simbólica de testemunho dos cargos de secretário e tesoureiro do Núcleo Lusófono da História para os novos colegas do 1.º ano que ficaram encarregues de fazer continuar a meritória acção do Núcleo.

E assim terminou mais um almoço do Curso de História. Termino desejando que daqui a um ano estejamos todos reunidos de novo, para brindar aos recém-licenciados, aos finalistas e aos caloiros que de certeza chegarão para, também eles inscreverem o seu nome, e deixarem a sua marca no Curso de História da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias de Lisboa.

Paulo Medeiros

PS:

O relatório sobre a visita ao Teatro nacional D. Maria II ficará a cargo da Deolinda, que apresentou um excelente trabalho sobre o monumento emblemático da baixa de Lisboa.

27 novembro, 2010

«The Other» - A identidade goesa







Comemoração dos 500 Anos da Conquista de Goa, na Casa de Goa, em 25 de Novembro de 2010, com apresentação do Filme “O Outro” [ “The Other”], realizado por Francisco Veres Machado, entre Novembro de 2006 e Agosto de 2009. Este filme é uma forma de traduzir Goa, e na visão do Autor: “Um bloco de notas filmado”. [Francisco V. Machado]

Apresentação do evento foi feita pelo Professor Narana Coissoró, o Presidente da Casa de Goa:

“Goa tem sofrido diversas formas de jogos, principalmente pelo “jogo” comercial e torna-se uma “mina” pelas suas belezas naturais. (...) Até Boliwood lá assentou arraiais. (...) Goa é Natureza, Terra, Espírito e Povo. (...) Goa não é um Bloco Monolítico. (...) Não há Goa, há “Goas” para cada um de nós. (...)

The Other
Versão inglesa legendada em português

O filme começa com uma visão de quem chega de fora de Goa, uma visão muito próxima do/s objecto/s através da fotografia. E lá vai uma menina tentando fixar pormenores com a sua máquina na mão.

Afastando um pouco a objectiva repara-se na variedade Religiosa e focam-se três símbolos de três religiões diferentes, a Hindu, a Muçulmana e a Cristã, incluindo a Suástica e o OM.

É vista a forma como os próprios Goeses se vêem, como analisam a sua cultura e como se identificam, através da presença portuguesa, mas acima de tudo através da sua Língua e posição como Estado dentro da Índia.

Verifica-se a fertilidade das terras de Goa, tanto pelos seus solos como pela riqueza dos rios.

Os rios foram e são de grande utilidade, como meios de comunicação e regista-se o fantástico porto marítimo.

...“O isolamento político provocou o isolamento geográfico.” [Maria Aurora Couto]

Sossegad – uma expressão usada para definir Goa e os Goeses. São vistos como “ Italianos da Índia”, ou os “ Latinos da Índia”, esta por Rajan Narayan, ou talvez preguiçosos (?) com “maneira antiga de viver”, uma reflexão de Gerson da Cunha.

Refere-se o Turismo, e dele fala-se que começa por acidente, talvez com a Guerra do Vietname ou o fim dela, a vinda dos chamados Hippies na década de sessenta, que por ali passaram e foram transmitindo o quão agradável era a região.

Patrícia Pinto do “Save Goa Movement” refere-se a Goa como um sítio de prazer, Goa como um lugar alternativo.

Coloca-se o zoom da máquina a postos e passamos a objectiva pela Natureza, pela Velha Goa, pela Nova Goa e pelo Povo.

E chegando ao povo a Professora Celina Almeida exprime-se assim: ...” é difícil definir, hoje (ano de) 2007 o que é o Goês.”

Deambulamos junto de várias personalidades, apontamos o nosso instrumento fotográfico e carregamos no botão, disparamos em varias direcções e ficamos com a ideia de que quase se trata aqui de um jogo de adivinhas:

“O que é ser Goês?”

O Goês, no geral, não se consegue definir. Tem ainda atado ao seu pescoço uma cruz que mais parece uma âncora que o puxa para o fundo e para o fundo da mesma questão, mas quando vem á tona, grita que é Goês! Alguns definem, mas não concordam! Estas âncoras dão-lhes o “músculo” e põem-no a funcionar, dialogam, discutem e são cada vez mais fortes. Estão agora assustados, o governo aceita a entrada de qualquer Indiano migrante para Goa e mais, ao fim de quinze anos de permanência concede a identidade Goesa a esses “estranhos”. Os Goeses “verdadeiros” estão a sair de Goa, emigram, procuram outras paragens e há falta de mão-de-obra que atrai os migrantes de outras regiões da Índia para Goa. A região cresce e o aumento habitacional é intenso. A vinda destes migrantes levanta outra questão, haverá uma redefinição de identidade?

Foca-se também questões passadas, mais próximas de nós, pois nunca se anda neste filme perto do tempo de Albuquerque, uma dessas questões remete para a vontade que os estados vizinhos tinham, em assimilar Goa, mas Goa é firme e afinal tem identidade, tem um dialecto/língua (esta questão não fica definida no filme) próprio/a, o Konkani.

Volta-se atrás e Pundalik Naik refere um dos cultos anteriores á chegada do portugueses, estes faziam referência a uma deusa Hindu a quem cantavam certa música. Ele canta-a. Que pena a nossa maquina fotográfica não apanhar estas notas sonoras, e de seguida volta a cantar, mas... algo mudou, foi o nome da deusa, agora é Nossa Senhora de Fátima. E Pundalik afirma: “ Mudaram a religião, mas não mudaram a cultura.”

Faz-se também uma referência ao alfabeto utilizado para escrever a língua Konkani, e percebe-se que existe uma quase exigência para utilizar o alfabeto “romano”. (como é referido no filme)

A vontade dos estados vizinhos quererem absorver Goa passa também por um “braço-de-ferro” entre as línguas ou dialectos, principalmente entre o Marathi e o Konkani.

Depois ouvimos falar português (perfeito, diga-se) pela Sra. Maria Alice Shirsat e refere com muita graça: “Considero o português a minha Língua.” – Pede desculpas e ri-se. Foi um momento diferente.

Mas continua e acrescenta:.”cá fala-se mais a língua dos outros do que a nossa.” Muito Inglês e pouco Konkani.

Agora alguém sugere uma “guerra”, uma guerra aberta contra a globalização. O Goês não quer ser outra coisa e não quer assimilações, está farto, quer ser só Goês! Adianta alguém, “desejamos o fim da selvajaria que é a Globalização.”

O nosso instrumento tecnológico avançadíssimo, mostra agora com um registo em macro, dois pormenores muito concretos: a taxa de literacia em Goa é agora quase 100%, têm cinco canais de televisão local. Estamos perante um enorme desenvolvimento do que se revela ser o “nosso” (Ocidental) modo de ver o mundo.

Agora a politica, não podia faltar. O maior argumento politico usado pelos goeses perante a Índia, é de facto a sua identidade. Respondendo um pouco àquela adivinha, a identidade Goesa passa pelas paisagens de Goa e acima de tudo pela Língua! Conseguiram, são independentes, são um Estado!

O autor do filme revela no fim uma espécie de conclusão que diz o seguinte:

“ E o Goês como se identifica? Aproveita as ideias dos outros, mas nega-as com frequência, assim deixa sempre um vazio de definição...”

Voltámos ao mesmo? Não acredito, penso, que falta ali qualquer coisa... Mas quem sou eu para pensar?

Debate sobre a identidade goesa

O Professor Narana Coissoró:

“ A identidade Goesa não sofre de um problema isolado. Outros grupos de povos também se querem afirmar nesta senda. (e referiu vários povos dentro da própria Índia [não tive tempo para assentar nos apontamentos]) (...) Konkani é a pedra angular da reconstrução de Goa e define também a sua politica (...) o medo da migração existe pelo medo da perda da língua (...) e há sempre uma pergunta que fica, sou ocidental ou Indiano, mas olha-se pra ela sempre pela negativa (...) é do interesse do governo Goês manter Goa independente (...) pode gastar o dinheiro, usar a sua própria economia e ordenar o território da forma que entender, isto é poder (...) há uma forma que só Goa teve para ser independente e foi a forma imaterial, através da língua (...) Konkani como base de independência financeira (...) antes (o Konkani) tinha muitas palavras portuguesas, agora chega a ter frases inteiras em inglês (...) é uma língua que se molda á forma utilizada (...) o desenvolvimento de Goa é provocado pela sua independência (...) “.

Dr. Jason Fernandes (Investigador- Estudante no ISCTE, Lisboa, falou em Inglês [tradução minha]

“A maior parte dos filmes feitos sobre Goa dão uma má imagem, este filme é feito pela positiva, parabéns ao realizador!”

“...os Goeses ainda estão entre a indecisão de serem portugueses ou indianos... mas o facto é que o 25 de Novembro aconteceu, aprendam a viver com ele, ultrapassem-no!!! “

“...penso que ideia de ter uma só identidade é retrógrada (old fashion) ...”

“...qual o Konkani que Goa quer ter? É um debate muito forte agora em Goa.”

E por fim o Dr. Sérgio Mascarenhas (viveu 7anos em Goa como Delegado da Fundação Oriente):

Colocou em paralelo os Filipes de Portugal e Espanha e referiu-se a uma estátua de Filipe II que esteve algures mas foi retirada. Os portugueses ao retirarem a dita estátua negam a presença espanhola em Portugal, os Goeses parecem querer fazer o mesmo em relação a Portugal. Têm tendência para se afastar dessa realidade. Portugal esteve lá, mas já não está!

Refere também uma ideia interessante, de que se o debate sobre a identidade de Goa parasse, Goa desapareceria!

Fala de Goa como uma válvula de escape para as elites Indianas. Sugere Goa como um espaço de liberdade total e ocidentalizado. Estas elites, na sua maioria, frequentaram escolas no Ocidente e aí, em Goa, encontram um local como não há no resto da Índia.

E em conclusão refere que há imensos mal entendidos entre Goeses e Portugueses! Estes mal entendidos acabariam se se levasse mais Portugueses a Goa e se se trouxesse mais Goeses a Portugal!

Para concluir:

Retratei o que observei e ouvi no filme e dos oradores. Tomei alguma liberdade na expressão. Peço que me dêem algum “desconto” em erros que tenha cometido quanto aos nomes e palavras locais que refiro neste trabalho.

Marco Marçal

Documentário «The Other» e a Identidade Goesa em Debate


No dia 25 de Novembro de 2010, quinta-feira, pelas 19h00, realizou-se um evento na Casa de Goa que consistia no visionamento do documentário “The Other” (“O Outro”), filmado entre Dezembro de 2006 e Agosto de 2009, e posterior debate sobre a identidade goesa (principal tema do documentário).

Antes do visionamento do documentário, Leonor Coutinho fez um discurso de abertura aludindo ao nome de Sita Vales, uma goesa morta em Angola, e de seguida, Francisco Veres Machado, realizador do filme, frisa que há 500 anos atrás, Afonso de Albuquerque conquistou Goa, ao derrotar Adil Shah nas margens do rio Mandovi, e por consequência, emergiu a primeira colónia do Império Português que ficaria ligada a Lisboa até Dezembro de 1961.

Para entrarmos no espírito do documentário recita ainda um poema muito conhecido da Mensagem de Fernando Pessoa: A Outra Asa Do Grifo – Afonso de Albuquerque.

Posto isto, deu-se início ao visionamento do documentário, documentário este que mostra Goa como um objecto do jogo político, social, artístico e económico, sendo actualmente muito cobiçada por vários intervenientes pelos mais variados interesses (desde droga, casinos e máfias) e possuindo um elevado nível de criminalidade. Goa é aludida como uma “mina” de recursos naturais.

Conta-nos a sua história, desde os marcos políticos (conquista de Goa em 1510), marcos culturais como a língua, o teatro, as festas, a religião, marcos sociais, sobre as várias características da população e marcos económicos. O documentário representa de determinada maneira a alma das paisagens de um povo (Goa), onde várias culturas passaram por lá (inglesa e portuguesa). O filme contém a visão pessoal do autor (ver, sentir corresponde a uma Goa, pois existem várias Goas, e cada uma corresponde à uma visão).

Após o visionamento, procedeu-se como programado ao debate sobre a identidade goesa, onde os principais oradores foram Narana Coissoró (Presidente da Casa de Goa), Sérgio Mascarenhas (Ex delegado da Fundação Oriente em Goa), Jason Fernandes (Investigador e doutorando no ISCTE) e Francisco Veres Machado (já referido como realizador do documentário)

Começou-se por afirmar que Goa era o 25º distrito da Índia e considerado bastante fértil e cobiçado devido à rede natural de transportes - Rios Mandovi e Zuari. Situa-se entre Maharashtra a norte e Karnataka a leste e sul, na costa do Mar da Arábia, a cerca de 400 km a sul de Bombaim. É o menor dos estados indianos em território e quarto menor em população, e o mais rico em PIB per capita da Índia.

Relativamente à língua, o idioma oficial de Goa é a língua concani. Depois de Portugal deixar de comandar Goa, o concani e a língua marata são os idiomas mais falados no estado. O concani, no estado, é o idioma primordial; depois, surge a língua inglesa e a língua marata que são usadas para propósitos educacionais, oficiais e literários. Outras línguas incluem a língua hindi, a língua portuguesa e a língua canaresa.

Discutiu-se vários pontos do filme como: o orgulho Goês, o “sossegad” (aproveitamento dos tempos livres segundo os Goeses), a caracterização destes como bêbados e preguiçosos, a ideia de que Goa é a terra dos três S’s (Sol, sexo e surf), a Riviera indiana (sitio alternativo romântico com igrejas brancas), a primeira imagem de Goa (os edifícios brancos juntos aos coqueiros – que não existem na Goa islâmica), a tranquilidade do ambiente social, o mar acolhedor, os dois costumes (português e indiano), Tiatr (teatro burlesco goês), a importância do papel da Igreja em Goa, a taxa de literacia ser 100% em Goa, cerca de 6/7 canais de pequena dimensão (pouco desenvolvidos), só transmitirem noticias, Bollywood e a possibilidade ou não de conseguir definir a identidade Goesa.

Este último ponto, foi a base do debate e de todo o filme, sendo basatante discutido, manifestando vários argumentos: existe um paralelo entre a Goa Antiga (da altura dos Portugueses) e a Goa Nova, pois até 1961 fazia-se tudo como em Portugal, a partir daí os costumes e tudo o resto da Índia foi adoptado caminhando para uma nova identidade goesa que pretendia preservar a sua identidade, permanecendo na mesma certas influências a nível de festas religiosas e danças folclóricas.

Devido às migrações de outras regiões para Goa (trabalhadores) e ao aumento turístico caímos na incerteza de quem é goês em Goa, daí os mais variados artistas sensibilizarem quanto à importância histórica de Goa, pois segundo eles Goa está a perder a identidade cultural e histórica.

Em Dezembro de 2006 surge o " Save Goa Movement", devido ao confronto entre a globalização e a cultura regional, sendo Goa considerada especial como identidade e território.

Apesar de várias controvérsias e dos diversos obstáculos à definição da identidade Goesa, concluiu-se que é possível definir a identidade goesa.

Em suma, o documentário alerta-nos para a importância de uma identidade de um povo, neste caso a de Goa, exaltando tudo aquilo que é necessário para a preservação dessa identidade.

Vitor Fuseta



10 novembro, 2010

II Jornadas Aclusianas

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Sob o tema "As Independências das Américas: celebrar para interrogar", realizaram-se no dia 9 de Novembro de 2010 as II Jornadas Aclusianas, uma iniciativa da ACLUS – Associação de Cultura Lusófona, que este ano teve o apoio do Núcleo Lusófono da História da Universidade Lusófona.

O tema visou celebrar o bicentenário da independência do México, Venezuela e Argentina. A sessão foi aberta pelas Sras. Professoras Maria Adelina Amorim, e Olga Iglésias, distinta Presidente do Núcleo Lusófono das História. Como convidado especial, Exmo. Sr. Doutor Fernando Cristóvão, fundador da ACLUS, que comemorava precisamente nesse dia o seu 88.º aniversário.

Entre os oradores contavam os alunos do terceiro ano do Curso de História da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias de Lisboa. As suas comunicações, tiveram como base os seus trabalhos académicos para o Módulo Américas da Cadeira de Descolonizações; América, África e Ásia. De salientar a presença na sala do Sr. Embaixador da República do Paraguai, Don Luiz Fretes Carreras, que felizmente para o orador sobre o Paraguai, só se apresentou no final da sessão.

O programa foi ordenado por ordem cronológica das independências; assim foi o colega Carlos Tavares a Iniciar as apresentações com a Revolução Americana, ao qual se seguiram: Armando Correia (1776), com o Haiti (1804); Anabela Pereira com o México (1810); Elsa Cunha com a Argentina (1810), Vítor Escudero com a Venezuela (1810); Paulo Medeiros com o Paraguai (1811), Deolinda Mendes com o Chile (1818) e Higino Marçal com o Uruguai. Seguiu-se uma comunicação do colega Vítor Escudero, sobre a Falerística no Novo Mundo, igualmente integrado na avaliação da mesma cadeira.

Os trabalhos seriam encerrados pela Sra. Professora Maria Adelina Amorim, com a sua comunicação sobre o Brasil, porém ainda houve temo para a nossa cara colega, Conceição Alves, nos falar sobre a Independência do Perú. No final houve uma alegre confraternização entre os alunos das três turmas do Curso de História, docentes e restante assistência, onde foi servido um excelente beberete, com algumas iguarias tradicionais do nosso país como o Bolo da Boda da Sertã, um delicioso bolo de laranja, vinho do Porto, ou a bem tradicional jeropiga entre outros petiscos.

Mais uma vez, e apesar do grande nervosismo, foi um enorme prazer fazer parte, de mais uma excelente iniciativa do nosso Núcleo Lusófono da História, em Conjunto com a ACLUS e com a Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa.

Paulo Medeiros

12 outubro, 2010

Visita de estudo ao Cemitério dos Prazeres e Colecção Berardo



No passado sábado dia 9 de Outubro, a turma do 3.º ano do curso de História, acompanhada por alguns colegas do 2.º ano, efectuou mais uma jornada de trabalho no âmbito da Cadeira de História da Arte e Património, que contou com o apoio do Núcleo Lusófono da História. A parte da manhã foi dedicada a uma visita ao Cemitério dos Prazeres. Guiados pela Sra. Prof. Dra. Ana Cristina Martins, docente da respectiva cadeira e pelo nosso companheiro Vítor Escudero, pudemos desfrutar “in loco” de uma excelente aula sobre arquitectura tumular. Vimos como se combinam por todo o local os mais diversos estilos da arquitectura contemporânea; do Neoclacissismo, ao Romantismo passando pelo Neogótico, entre muitos outros. Como já é hábito os comentários do Vítor foram acompanhados de uma leitura heráldica de alguns dos jazigos.

Situado na Freguesia dos Prazeres, o cemitério é o maior de toda a capital, e foi construído em 1833, após um surto de cólera ter afectado a cidade. De lembrar que o cemitério surge na sequência da lei que proibiu os sepultamentos nas igrejas e capelas. Daí nasceu o hábito dos jazigos que não são mais que capelas em miniatura. De referir que o local constitui de igual modo um verdadeiro museu ao ar livre e panteão das grandes figuras nacionais da época contemporânea, tendo em evidência o enorme jazigo da família Palmela, que é o maior jazigo particular de toda a Europa.

Depois de um reconfortante almoço, a parte da tarde foi dedicada à visita da Colecção Berardo patente no Centro Cultural de Belém. À semelhança da visita da manhã, esta constitui, também, uma belíssima aula de arte contemporânea, foi ma grande ajuda para compreender certos aspectos da arte que se pratica nos nossos dias.

Paulo Medeiros





Na quinta-feira, dia 6 de Outubro, a turma do 3.º ano do Curso de História da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias efectuou mais uma jornada de trabalho integrada na Cadeira de História da Arte e Património, com a chancela do Núcleo Lusófono da História. A sessão teve lugar na galeria da Fundação Sousa Pedro, durante a inauguração da exposição de pintura do artista italiano Angelo Gullotta. A sessão abriu com a apresentação de um trabalho da nossa colega Elsa Cunha sobre Arte Contemporânea. De seguida o artista apresentou e falou um pouco sobre o seu trabalho e o seu percurso de vida. Em seguida procedeu-se a uma breve sessão de perguntas ao autor. Por fim, e mais uma vez integrado no programa da Cadeira de história da Arte e Património, foi escolhida pela Sra. Professora Ana Cristina Martins, docente da respectiva cadeira, uma obra a ser posteriormente analisada e debatida na aula pelos alunos. É uma forma de revelar as diferentes interpretações que uma obra de arte pode conter, de acordo com o olhar, a vivência e a forma de reflectir de cada pessoa cada pessoa.

Paulo Medeiros