15 dezembro, 2008

SEM TÍTULO

Os heróis existem, mas não tanto para, por si sós, salvarem o mundo. Sou da opinião que eles nos sirvam, com os seus actos, de referência, de exemplo, para que não desistamos de uma luta contra o "mal". Mesmo assim o conceito de "mal" é subjectivo, o que torna ainda mais esta luta uma espécie de luta do puto contra o duende, personificada também por mim, quando em miúdo lutava contra duendes invisíveis, que tinha que derrotar antes de dormir, para que o sono fosse sossegado. Eu derrotava-os mas eles voltavam todas as noites, noite após noite. Um dia deixaram de aparecer, eu sei, mas tenho a certeza que foram molestar outra criança. Afinal estes duendes são tão antigos como a nossa existência. Os "maus" sempre foram contemporâneos nossos.
Ontem falei com o meu "amigo" napolitano. Eu já suspeitava de alguma coisa, mas ontem confirmei os meus receios. As conversas que tivemos no País Basco, abertas, sem tabus, deixaram de existir. Têm que deixar de existir, não por minha vontade e não pela dele, decerto, mas por causa de forças do mal que existem na cidade onde vive.
Quando lhe pedi o e-mail, um destes dias, deu-me o da mulher; quando, numa outra ocasião, lhe falei do "tal" livro que me havia recomendado, pareceu fugir ao assunto; hoje perguntei-lhe se podíamos falar de tudo, ao telefone. Fingiu não entender a pergunta e passou-me à mulher pernambucana.
-Queria perguntar ao teu marido se podemos falar ao telefone de tudo, sem problemas, ou se não devemos falar de algumas coisas. Por causa livro, sabes?
-Melhor não, Pedro-respondeu-me a esposa do napolitano.
-Ok, entendi, passo-te a minha mulher-disse-lhe, não sem alguma emoção.
Quando quisermos conversar sobre "certos assuntos" terá que ser em Vitória, em Lisboa, em Amsterdão...
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A minha mãe afinal vai à Índia e até vai estar um dia em Mumbai. Quer muito ir, o marido também, e, a "desculpa" é que:
-Oa problemas na Índia vão-se agudizar, ou vamos agora ou nunca mais...
Boa, mãe, boa desculpa. O que eu acho é que nunca sabemos onde elas vão cair, a verdade é essa. Sabemos, sim, que quando elas caem constantemente ali ou acolá, podemos evitar esses locais. Agora terrorismo? Não mãe, não podemos nunca saber onde e quando vai acontecer e por isso é tão perigoso ir como ficar; é tão perigoso adiar como antecipar. É igual, mãe.
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Em Marrocos, assisti por um par de vezes alguém recomendar comedimento a outro mais atrevido no grupo em confraternização. A música era "perigosa", a letra dizia mal do rei. Alguém podia ouvir...
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Está a passar na tv um documentário sobre a mulher apedrejada até à morte, no Afeganistão, por aultério. Uma chapada, até talvez a pobre mulher merecesse...

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