23 dezembro, 2009

Almoço de Natal do Curso de História


Com vista a promover o convívio entre as duas turmas do Curso de História e respectivos docentes, realizou-se no passado sábado, dia 19 de Dezembro, com o alto patrocínio do Núcleo Lusófono da História, mais um almoço de Natal do Curso de História da Universidade Lusófona. O repasto teve lugar, como já é habitual, no Palácio Valmor e contou com a presença do Professor Teotónio R. de Souza, director do curso, das professoras Olga Iglésias, Ana Cristina Martins, Maria Adelina Amorim e do Professor Paulo Mendes Pinto. De salientar também a presença do Professor Vítor Serrão e dos vários alunos de ambas as turmas. No final do almoço houve ainda lugar à distribuição de vários presentes a todos os participantes.

Em termos de trabalho; os alunos do 1.º ano acompanharam a Professora Olga Iglésias numa visita aos Arquivos e ao Museu da Presidência da República. A visita foi efectuada no âmbito da Cadeira de Introdução à História I.

A turma do 2.º ano deslocou-se ao Museu Nacional de Arte Antiga, acompanhada pela Professora Ana Cristina Martins, que lecciona a cadeira de História da Arte e Património II, para uma visita que incluía a apresentação de alguns trabalhos por parte dos alunos.

É de destacar que se juntaram ao convívio dois mestrandos do novo Mestrado em Ensino de História e Geografia. São Cátia Madeira e Rui Alexandre Pereira.


Paulo Medeiros

03 novembro, 2009

Globalização do património cultural

Já está disponível na Internet através do sítio http://www.wdl.org/ mapas, textos, fotos, gravações, ou seja as jóias de culturas mundiais de todos os tempos nas bibliotecas de todo o planeta. A ilha e cidade de Goa mereceram o seu lugar no património da humanidade.

11 setembro, 2009

Licenciatura em História - Fase final de candidaturas

LICENCIATURA EM HISTÓRIA (2009/2010)


Para formar ocidadão do futuro” - informado e responsável

Utilizando novas tecnologias e criando competências polivalentes, o curso de História na Universidade Lusófona (Campo Grande, Lisboa) procura dar resposta ao direito do cidadão à Memória.


O curso de História na Universidade Lusófona promete uma formação histórica dura, inovadora e apelativa que ajude os cidadãos a conhecer o seu património local e nacional de forma crítica. É essencial para a salvaguarda e consolidação da democracia portuguesa que foi ganha a muito custo e vencendo muitas crises ao longo dos tempos.


Como inovação pedagógica destaca-se o Estágio (com monografia ou relatório cientifico) na fase final do 1º. Ciclo (sexto semestre), em que os licenciandos em História (primeira Universidade portuguesa com esta iniciativa) são postos em contacto com instituições e ambientes reais de trabalho, mediante protocolos com autarquias, arquivos, bibliotecas, empresas, ordens religiosas, e órgãos de comunicação social, entre outros.


Decida o seu futuro inscrevendo-se já para o ano lectivo 2009-2010
http://col.grupolusofona.pt/?i=431&k=ZLZCQ


Os maiores de 23 anos são bem-vindos! Não precisam do 12º ano. Precisam é de vontade de aprender. Inscreva-se online antes do fim deste mês de Setembro. Siga as instruções no ecrã. Pode pagar no multibanco com a senha que lhe é enviada por SMS ou por e-mail. Para se inscrever online utilize o link acima escolhendo:


Institutição: Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias;
Curso: História,
Turno: Nocturno.


Existem protocolos que várias instituições têm celebrado com a COFAC. Visite a página da ULHT (SASE) e saiba como pode aproveitar destes protocolos para ganhar descontos na matrícula / propina.


Para mais informações:

217515530 / 917618208 / ana.mourinho@ulusofona.pt / teodesouza@gmail.com

22 agosto, 2009

Goa Medieval - lancamento

Relatório pictografico de lançamento da 3a edição em Goa ontem na Camara de Comercio e Industria de Panjim pelo Ministro Eduardo Faleiro e Reitor da Universidade de Goa
www.flickr.com/photos/52243088@N00/?saved=1

30 julho, 2009

Publicações e Citações de T. R. de Souza no Google Scholar

Citações coligidas por John M. Pimenta Wheaton IL USA E-mail: johnpimenta@gmail.com =================================================
Ficheiro Pdf ---> http://bit.ly/vddV2

24 julho, 2009

Frei Manuel do Cenáculo

Via Manuscritos Digitais aqui ficam algumas leituras interessantes sobre Frei Manuel do Cenáculo, é só seguir o link no final do texto.

O sítio na Internet da Biblioteca Pública de Évora disponibiliza a partir de hoje um importante trabalho que certamente interessará todos (e são muitos, felizmente!) os estudiosos ou simplesmente interessados na figura e na obra do Arcebispo de Évora.Trata-se de “Frei Manuel do Cenáculo : Contribuição para uma bibliografia passiva”, da autoria de Maria Luísa Cabral; é uma extensa e cuidada bibliografia do fundador da Biblioteca Pública de Évora, anotada e enriquecida com uma esclarecedora introdução.À autora são devidos os nossos agradecimentos por pôr desta forma à disposição de todos o resultado do seu árduo trabalho e por ter escolhido o sítio na Internet da BPE para o fazer.
O documento pode ser acedido a partir do seguinte endereço:

http://www.evora.net/bpe/cenaculo.htm

Paulo Medeiros

21 julho, 2009

J.M. Mendes - Licenciado em História aos 73 anos

Natural da freguesia de Figueiró da Serra, onde nasceu há 73 anos, José Maria Mendes acaba de concluir a sua licenciatura em História, com a classificação de 17,5 na Universidade Lusófona de Lisboa.
Antes, a iniciativa de instalar o núcleo museológico em Figueiró da Serra, a pequena obra intitulada ‘Figueiró da Serra - Apontamentos sobre a sua História’, a par de uma manifesta preferência por temas históricos enquanto correspondente (de longa data) de "Notícias de Gouveia", constituíram sintomas claros de uma verdadeira paixão pela História que somente uma vida profissional intensa impediu de se manifestar.
Bairrista plenamente assumido pela sua terra e pelo seu concelho, defendeu, como dissertação da sua licenciatura, um trabalho que tem por tema ‘O desenvolvimento do museu regional português e a sua expressão no concelho de Gouveia. Quatro dos seus museus de referência’, trabalho que, provavelmente, será objecto de novos desenvolvimentos no decorrer da aquisição de diferentes valências.

Leia a entrevista inteira: clique aqui

16 julho, 2009

A internet portuguesa há 500 anos

Há dois anos, por altura da inauguração em Washington de Encompassing the Globe, Holland Cutter, do New York Times, descrevia Portugal como "uma faixa de terra a correr ao longo da margem atlântica de Espanha" e começava a sua crítica à exposição num tom de informalidade e despreocupação científica susceptível de arrepiar muitos especialistas europeus. Com estas palavras: "Um facto pouco conhecido: uma versão da Internet foi inventada em Portugal há 500 anos por um punhado de marinheiros com nomes como Pedro, Vasco e Bartolomeu. A tecnologia era primária. As ligações eram instáveis. O tempo de resposta era glacial. (Uma mensagem enviada nesta rede poderia levar um ano a chegar.) Eles aguentaram tudo isso. Estavam ansiosos por aceder ao mundo."
Cutter, que em Abril último ganhou um Pulitzer, referia-se assim às vias de informação e miscigenação que os Descobrimentos portugueses criaram, com dados sobre cada uma das novas regiões e populações a passar por vezes de nau em nau e a chegar à Europa na forma de relatos, desenhos, pinturas e objectos, mas também animais e matérias-primas até então desconhecidos e recebidos como extraordinários naquele que acabaria por ganhar o cognome de Velho Continente. Uma boa analogia.



Ver mais ----> Clique aqui

13 julho, 2009



CONVITE

 

A Academia Internacional de Heráldica (Portugal), o Núcleo Lusófono da História

e a ACD – Editores, têm a Honra de Convidar V. Exa., Familiares e Amigos, para a cerimónia delançamento do livro “S.M. o Rei Juan Carlos I de Espanha – O Amigo de Portugal – Notas de Genealogia e Heráldica”, de Vítor Escudero que terá lugar pelas 18.00 horas, da próxima Quinta-Feira, dia 23 de Julho, no Auditório Victor de Sá, daBiblioteca da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias

(Avenida do Campo Grande, nº 380 – B), em Lisboa.

 

Dignam-se apresentar a obra os Senhores Professores Doutor Carlos Antero Ferreira, DoutorAntónio de Sousa Lara e Arquitecto Segismundo Ramires Pinto.

 

A cerimónia será Presidida por S.A. o Senhor Dom Miguel de Bragança,

Infante de Portugal e Duque de Viseu,

e pelo Senhor Professor Doutor Teotónio R. de Souza, Director do Departamento de História da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas

da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias.

 

Na altura, será apresentado o Monumento de Homenagem a S.M. o Rei de Espanha, da autoria do consagrado Escultor Alberto Germán.

01 julho, 2009

CONTINUANDO A ‘NOSSA’ HISTÓRIA

- Aproveite a oportunidade do exame para mais de 23 anos


Agora que o Verão se aproxima a passos largos, com dias grandes e maravilhosos, cheios de sol, é tempo de reflectir no que somos e no que queremos, ainda, SER!
Temos a oportunidade de escutar o nosso coração, aferir a nossa satisfação interior e tomar decisões rumo ao FUTURO!
“Aprender até morrer”, diz o nosso Povo e com razão! E, eu, acrescento… ganhar novos conhecimentos e ter novas competências é um aliciante desafio para quem procura ou quer consolidar o seu emprego; para quem, já reformado, necessita de ocupar o vazio do seu tempo; ou, ainda, para quem do estudo e do ensino quer fazer um novo percurso alternativo.
Um projecto com Sucesso, Actualidade e Transversalidade, nesta amálgama castradora da sociedade da globalização é a Licenciatura em HISTÓRIA!
Com 10 (dez) Anos de existência o Curso de História da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias é uma Sólida, Prestigiada e Dinâmica Realidade!
Com uma interessante mais valia: é o único CURSO DE HISTÓRIA, na cidade de Lisboa, em Horário Pós Laboral.
Para saber mais, clique aqui: http://fcsh.ulusofona.pt/index.php/historia
Todos os interessados podem e devem, ainda, utilizar o seguinte endereço para se inscreverem online: http://tinyurl.com/3473k6
Para os Candidatos, com mais de 23 anos, a próxima chamada/prova de admissão é já no próximo dia 15 de Julho. Eu falo por mim! Acabei de terminar o meu primeiro ano da licenciatura em História na Universidade Lusófona! Fui muito bem integrado pelo Núcleo Lusófono da História! Ganhei novos Amigos! Sinto uma enorme realização pessoal! E, estou, muito Satisfeito!
VENHA DAÍ… CONTINUAR A ‘NOSSA’ HISTÓRIA!
Vítor ESCUDERO

03 junho, 2009

MEMORÁVEL VISITA DE ESTUDO A SINTRA

- Quando Estudo e Convívio são o “motor” de uma cabal aprendizagem!

Realizou-se no passado Sábado, dia 23 de Maio, a agendada Visita de Estudo a Sintra, da Turma N, do 1º Ano, do Curso de História, da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas, da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias. Esta visita, integrada no programa pedagógico das cadeiras de Introdução à Arqueologia e História da Arte e Património – I, foi acompanhada, do ponto de vista científico, pela Professora Doutora Ana Cristina Martins, Docente de ambas as disciplinas.

De manhã, depois de uma concentração logística e de convívio junto à Igreja da Terrugem, o grupo rumou ao Museu e Sítio Arqueológico de Odrinhas, sob gestão e responsabilidade de uma empresa municipal do concelho de Sintra.

Ali, para lá da visita organizada e guiada por uma Técnica do respectivo núcleo museológico, a nossa Companheira Filipa Carvalho, teve a oportunidade de nos guiar pelo Cromeleque de Odrinhas e, em pleno campo, apresentar e defender oralmente o seu trabalho de semestre da cadeira de Introdução à Arqueologia, no que foi muito aplaudida por todos os presentes. Já no caminho para Sintra, a Filipa Carvalho, teve ainda a oportunidade de mostrar o menir central do respectivo e visitado cromeleque que, infelizmente, se encontra como peça decorativa num jardim particular, logo, fora do seu espaço natural e completamente descontextualizado.

Seguiu-se o almoço típico de convívio e tertúlia cultural, no restaurante “Regional ”, no centro histórico da Vila de Sintra que foi presidido pelo Professor Doutor Teotónio R. de Souza, Director do Departamento de História, da FCSH, da Universidade Lusófona e pelas Professoras Doutoras Ana Cristina Martins e Olga Iglésias. Como convidada de honra, a nossa Turma teve o privilégio de poder contar com a presença da Senhora Drª Ana Bramão Ramos, Directora de Protocolo, Relações Públicas e Comunicação Social da edilidade Património da Humanidade, que nos deu as Boas Vindas em nome da Câmara Municipal de Sintra e ofereceu a todos os presentes lembranças e muita informação sobre a história, tradições, turismo e cultura de Sintra.

No final do almoço, o Professor Doutor Teotónio R. de Souza, agradeceu a todos a presença e o empenhamento na organização da jornada e cumprimentou de forma especial a Câmara Municipal de Sintra, na pessoa da Drª Ana Bramão Ramos, académica da Academia de Letras e Artes.

Na ocasião a Turma ofereceu ao Núcleo Lusófono da História, representado pela Professora Doutora Olga Iglésias, um conjunto de merchandising com o logótipo do NLH, nomeadamente camisolas e canetas que foram distribuídas pelos convivas.

Depois da fotografia ‘oficial’ do encontro, já com as “camisolas vestidas”, frente ao cenário do pelourinho que se encontra junto aos Paços do Concelho, foi tempo de nos dirigirmos ao Palácio Real da Vila, antigo alcazar mourisco e, depois, Paço Real, onde o Companheiro Paulo Medeiros, teve o tempo disponível para nos guiar pelo emblemático monumento nacional e, em pleno espaço da história viva, apresentar e defender oralmente, com grande domínio da matéria, o seu trabalho de semestre da cadeira de História da Arte e Património – I.

Também, o Companheiro Vítor Escudero, apresentou oralmente um dos seus trabalhos de semestre da cadeira de História da Arte e Património – I, com a temática da leitura heráldica e simbólica dos tectos das Salas dos Cisnes, das Pegas e dos Brasões.

Finda a visita de estudo, ainda houve tempo para as habituais compras pelo comércio tradicional do centro histórico da vila e para saborear as típicas queijadinhas ou travesseiros de Sintra, porque gastronomia… é, indiscutivelmente, cultura e história!

Desta memorável visita de estudo, ficam já as memórias e as saudades mas, também, a convicção firme e perene de que só com agradável convívio, boa Harmonia, Solidariedade, Fraternidade e cumplicidade entre Docentes e Discentes, se pode e deve levar por diante esta missão difícil de ensinar e aprender a paixão da e pela História!
Vítor ESCUDERO

01 junho, 2009

XV Semana Sociológica da ACSEL

A QUESTÃO ELEITORAL
Para uma “Crítica da Razão Democrático-Eleitoral”


A crise económica desafia os limites da intervenção política nos Estados modernos e recoloca a discussão sobre o papel da vontade dos povos na formação da «decisão pública». De tal modo é relevante que, mesmo sem estar em causa a sobrevivência do Regime Político, a “questão dos Sistemas Eleitorais” não pode deixar de ser equacionada.
É, neste contexto, uma exigência da agenda do Estado Democrático de Direito a discussão do Sistema Eleitoral e das formas de representação democrática, tema a que os cientistas sociais dos Estados Lusófonos não se podem alhear.
Portugal enfrenta este ano três actos eleitorais: as Eleições Europeias, as Eleições Legislativas e as Eleições Autárquicas.
O eleitorado europeu escolhe a sua representação política, numa Europa que não conseguiu aprovar o Tratado de Lisboa e que enfrenta o desafio da coesão económica e monetária.
O país escolhe a sua maioria de governo num momento de “Crise Global” e até de uma crise da legitimidade das instituições, em face de uma «judicialização» que tornou ainda mais problemática a credibilidade dos agentes políticos, o equilíbrio na separação de poderes e a transparência das decisões da Administração Pública.
E, finalmente, a nível autárquico, o avolumar de competências locais, num processo acelerado de desconcentração de competências, levantando a questão do aumento ou de transferência das receitas públicas, coloca em causa a própria sustentabilidade do Estado Social, para além de recolocar em novos dados, onde avulta o fenómeno já institucionalizado das “Eurorregiões” (de que o caso da “Eurorregião” do Noroeste da Península Ibérica: Norte de Portugal e Galiza” constitui, para nós, o paradigma mais óbvio e mais imediato), a velha e “vexata questio” da “Regionalização Portuguesa”.
Crise nas instituições europeias, crise no Estado Social e crise económica global são ingredientes para afastar os cidadãos da «decisão pública» numa altura em que a mobilização para a cidadania parece ser a única resposta possível ao descrédito do Sistema Político.
Assim, a “questão eleitoral” ganha urgência, pois remete-nos exactamente para os fundamentos do Regime Republicano e Democrático. É a consciência disso mesmo que torna particularmente actual o tema da XV Semana Sociológica da ACSEL a realizar entre os dias 2 e 4 de Junho de 2009, na Universidade Lusófona do Porto, porque, não obstante todos os seus problemas, para a Ciência Política moderna continua a ser um postulado que “o regime democrático é o pior de todos os regimes, à excepção de todos os outros” (Churchil dixit!) e, no regime democrático, as “democráticas eleições” continuam igualmente a ser “o pior de todos os recursos, mas também só depois de excluídos todos os outros!”.
Sem prejuízo, antes pelo contrário, de contínuos aperfeiçoamentos e permanentes críticas da “Razão Democrático-Eleitoral”, em Portugal e em todos os Estados Lusófonos.
Presidente - ACSEL,
Prof. Doutor Fernando Santos Neves
Faça aqui a sua pré-inscrição e envie por e-mail ao contacto indicado :
Secretariado da Comissão executiva da ACSEL

18 maio, 2009

Revista História do Tempo Presente

“Novos Líderes: relações internacionais em tempo de crise”

Em mais um ciclo de crise econômica o capitalismo é colocado à prova. A flexibilidade e as flutuações cambiais não foram suficientes para conter a especulação do capital. A “força centrifuga” que opera como um mecanismo que envolve a todos os países na teia capitalista cria um jogo de relações internacionais, onde o interessante não é mais a supremacia, e sim a diplomacia entre as diferentes lideranças.

Neste novo contexto geopolítico, os líderes se apresentam como uma marca forte, onde a representação não demanda apenas poder, mas também, uma determinação social, étnica e histórica. Como exemplo desta afirmativa surgem líderes como: Evo Morales de representação indígena na Bolívia, Luis Inácio Lula da Silva de origem operaria no Brasil, Obama como ícone da liderança negra nos EUA, e a possível eleição da primeira dalit para presidência da Índia.
A sociedade demonstra que necessita de novos líderes, e comprova em ações concretas que esperam mudanças, mas seriam estas meras mudanças sociais, ou a própria crise demonstra o esgotamento de um modelo econômico que não precisa apenas de reformas, mas de uma superação, ou melhor, uma transformação.

Diante desta polêmica, a Revista História Agora espera trazer um debate intenso entre os líderes da atualidade, as relações internacionais e crise capitalista atual. Os Editores.

No entanto, a revista mantém-se aberta para outros temas do TEMPO PRESENTE. Os trabalhos deverão vir acrescentados de breve currículo do(s) autor(es), resumo, abstract, obedecer as regras citadas abaixo, e enviados para o endereço publique@historiagora.com

A Comissâo Editorial informa que a simples submissão dos artigos, resenhas ou qualquer contribuição par a Revista História Agora implica a automática autorização autoral.

13 maio, 2009

13 DE MAIO

APostar na História faz hoje 4 anos, indiferente à crise e à Gripe Mexicana (atenção à interpretação que se poderá fazer da palavra "indiferente"!). Como Pequena Empresa teve dificuldades de afirmação e crescimento, mas a tenacidade do Prof. Teotónio, um Gestor de grandes dotes, que lhe imprimiu regularidade, qualidade e diversidade, mas também de todos os colaboradores, fizeram deste blogue um blogue de referência mundial (a palavra "mundial" é de uma grande subjectividade, como todos sabemos).
Estamos todos de parabéns neste 13 de Maio (escrito à "moda antiga", ainda sem acordo ortográfico). Nunca, jamais, em tempo algum me tinha apercebido que foi num dia 13 de Maio que este blogue havia feito a sua aparição, mesmo sendo eu um intratável devoto.
Aliás, proponho que comecemos um movimento a favor da mudança do Dia de Portugal para o 13 de Maio, por variadíssimas razões. Por exemplo:
-em vez de celebrar uma morte, a de Camões, a 10 de Junho, porque não celebrar o nascimento de D. João VI, a 13 de Maio, o homem do frango nos bolsos, que nos garantiu a independência de Portugal da França e nos fez perder o Brasil, esse país cheio de favelas e mato, cobras venenosas e formigas que picam?
-Será a morte de Camões mais significativa que as aparições de Nossa Senhora? No quadro actual (palavra outra vez ainda sem acordo ortográfico) não me parece que precisemos mais dos poemas de Camões quanto precisamos de uns milagres.
Rendamo-nos ao 13 de Maio!

09 maio, 2009

Queima do Cheque 2009


Três dos 10 finalistas do curso de História na ULHT participaram hoje na festa de Queima do Cheque. Veem-se na foto (de esquerda para direita): José Maria Mendes, Leandro Tristão e Nazaré Cunha.
As chuvas converteram o pátio principal da ULHT num coliseu com os familiares e amigos dos finalistas a acompaharem o evento pelas janelas dos vários pisos do pavilhão A e C.
A cerimónia foi encurtada: Em vez da missa inteira, o pároco Pe. Feytor Pinto limitou-se a benzer as Fitas, e os finalistas ouviram palavras de elogios que lhes foram dirigidas pelo Reitor e Administrador da Universidade. Quase 500 finalistas participaram na cerimónia com muito entusiasmo.

29 abril, 2009

13 de Maio

Da Wikipedia:

13 de Maio é o 133º dia do ano no calendário gregoriano (134º em anos bissextos). Faltam 232 para acabar o ano.
O 13 de maio, por tratar-se do 133º dia do ano é considerado pelas ordens secretas, esotéricas, filosóficas e místicas como sendo uma proporção áurea do ano, esse dia de interesse histórico para a monarquia efemérides monárquicas coincide também com a aparição de Nossa Senhora de Fátima, com o nascimento de Dom João VI e sanção da Lei Áurea assinado por sua neta a Princesa Isabel.

E agora, a adivinha:
o que é, o que é, que também nasceu a 13 de Maio e nem eu sabia?!

21 abril, 2009

Açores antes dos Portugueses

Diário Insular: 21-04-2009

Fernanda Durão, investigadora: Doze palavras egípcias detectadas na Terceira.

FERNANDA DURÃO: “É óbvio que os Açores já tinham sido habitados antes da ocupação portuguesa”.

DI - Não lhe parece que a sua teoria que liga a ilha Terceira aos faraós pode correr o risco de ser considerada “estranha”?
À primeira vista é claro que sim. Mas as figuras, além de serem reais, não estão postas nos lugares onde estão, por acaso. Além disso, elas são datadas, isto é: o grifo é um animal mitológico antiquíssimo, bem como a cabeça de guerreiro é típica da Idade do Bronze, devido ao seu capacete com viseira. As figuras são como uma "banda desenhada gigante" pois CONTAM UMA HISTÓRIA. E essa história é uma das mais antigas histórias da Humanidade, conhecida pelo Livro dos Mortos. De facto, na interligação das várias figuras umas com as outras detectei pelo menos 23 (vinte e três) cenários do Livro dos Mortos do Antigo Egipto que, como se sabe, era uma colectânea de orações que o defunto devia rezar para regressar, com a sua alma, ao reino dos antepassados: Uma "Ilha Ocidental" que media 300 medidas por 200, medidas estas que se identificam proporcionalmente com as medidas da Ilha Terceira, 18klx29kms.
DI - Se os Açores foram terra de faraós, que implicações daí decorrem para a compreensão da História da Antiguidade?
A História faz-se e refaz-se todos os dias. É óbvio que os Açores já tinham sido habitados antes da ocupação portuguesa, como dizia o grande historiador Francisco Ferreira Drummond. E ele não tinha o Google Earth ao dispor dele! Mais: as ilha AINDA eram habitadas quando os portugueses chegaram no séc. XV. A toponímia local assim o indica.
DI - As figuras que vê desenhadas na Terceira… Parece-lhe mesmo que terão consistência na realidade concreta?
Detectei pelo menos 12 (doze) palavras de origem egípcia na Terceira: SERRETA - teve origem no nome da deusa SERKET, senhora do Além, geralmente representada por uma mulher com um escorpião na cabeça. Na zona da Serreta, existe a Ribeira do Além e VÁRIOS ESCORPIÕES GIGANTESCOS DESENHADOS NO SOLO! Mais a norte, a Ponta do QUEIMADO deve o seu nome ao deus KHNUM, geralmente representado por um homem com cabeça de CARNEIRO. Nesta zona encontra-se o Pico do CARNEIRO bem no centro de uma enorme cabeça de CARNEIRO. A Freguesia de S. BRÁS deve o seu nome à deusa BASTET, geralmente representada por uma leoa ou uma mulher com cabeça de LEOA. Nesta zona está também "desenhada" na paisagem um enorme LEÃO. Há ainda o vocábulo MERENS que chegou até nós na sua pureza original, não sofrendo qualquer aportuguesamento. É o nome de um oráculo egípcio!... Não quero massacrá-lo com mais exemplos. Isto já é matéria de reflexão...
DI - Que estudos sugere para tirar a limpo a tese que defende?
O estudo que fiz é um caderno de campo com 84 páginas que obviamente não posso transcrever para aqui. Penso que seria útil fazer uma prospecção com GPR (scanner para detectar construções subterrâneas). Esse estudo devia ser patrocinado pelo Governo Regional, que tem todo o interesse neste projecto. ESTE PATRIMÓNIO BEM GERIDO PODE TRAZER BENEFÍCIOS INCALCULÁVEIS À ILHA, À REGIÃO E AO PAÍS."

19 abril, 2009

Arquivo perdido de Salazar descoberto em Queluz

O estudo da história tem destes aliciantes; de repente, descoberto quase por acaso, aparece um tesouro destes:

A notícia completea pode ser lida na edição de 18 de Abril do Jornal Público e refere-se a um importante tesouro documental descoberto por um contínuo de um armazém em Queluz, tutelado pela Secretaria-Geral da Presidência do Conselho de Ministros.

A documentação compreendida entre os anos de 1938 e 1957 vem preencher uma lacuna relativa ao fundo existente na Torre do Tombo sobre a Presidência do Conselho de Ministros (PCM) que se situa precisamente entre 1957 e 1974. São milhares de documentos que permitem conhecer um pouco mais sobre a maneira como decorriam os Conselhos de Ministros durante o Estado Novo. Segundo os investigadores, citados pelo Público, Salazar chamava a si o controle de todo o processo de decisão tanto em matérias fundamentais para o país, como em assuntos mais banais como a “inconveniência” de certos fatos de banho usados nas praias portuguesas.

O espólio está a ser tratado na Torre do Tombo, onde está ainda em fase de quarentena. Segundo Silvestre Lacerda, director do Instituto dos Arquivos Nacionais/Torre do Tombo, este arquivo poderá estar disponível para consulta já no fim do Verão. Entretanto aqui fica uma pequena amostra disponibilizada online pelo Público:


http://static.publico.clix.pt/docs/politica/arquivopcmsalazar/

Foto: Miguel Madeira, Jornal Público

Paulo Medeiros <pauinho@gmail.com>

Corsários v/s Piratas! a história repete-se no Oceano Indico








O governo da Somália entrou em colapso em 1991. Nove milhões de somalianos passam fome desde então. E todos e tudo o que há de pior no mundo ocidental rapidamente viu, nessa desgraça, a oportunidade para assaltar o país e roubar de lá o que houvesse. Ao mesmo tempo, viram nos mares da Somália o local ideal para lançar o lixo nuclear do planeta.


Exactamente isso: lixo atómico. Mal o governo se desfez (e os ricos partiram), começaram a aparecer misteriosos navios europeus no litoral da Somália, que jogavam ao mar contentores e barris enormes. A população do litoral começou a adoecer. No começo, erupções de pele, náuseas e bebés malformados. Então, com o tsunami de 2005, centenas de barris enferrujados e com vazamentos apareceram em diferentes pontos do litoral. Muita gente apresentou sintomas de contaminação por radiação e houve 300 mortes.


Quem conta é Ahmedou Ould-Abdallah, enviado da ONU à Somália: “Alguém está jogando lixo atómico no litoral da Somália. E chumbo e metais pesados, cádmio, mercúrio, encontram-se praticamente todos.” Parte do que se pode rastrear leva directamente a hospitais e indústrias europeias que, ao que tudo indica, entrega os resíduos tóxicos à Máfia, que se encarrega de “descarregá-los” e cobra barato. Quando perguntei a Ould-Abdallah o que os governos europeus estariam fazendo para combater esse “negócio”, ele suspirou: “Nada. Não há nem descontaminação, nem compensação nem prevenção”.


Ao mesmo tempo, outros navios europeus vivem de pilhar os mares da Somália, atacando uma das suas principais riquezas: pescado. A Europa já destruiu seus stocks naturais de pescado pela super-exploração e, agora está super-explorando os mares da Somália. Cada ano, saem de lá mais de 300 milhões de atum, camarão e lagosta; são roubados anualmente, por pesqueiros ilegais. Os pescadores locais tradicionais passam fome.


Mohammed Hussein, pescador que vive em Marka, cidade a 100 quilómetros ao sul de Mogadishu, declarou à Agência Reuters: “Se nada for feito, acabarão com todo o pescado de todo o litoral da Somália”.


Esse é o contexto do qual nasceram os “piratas” somalianos. São pescadores somalianos, que capturam barcos, como tentativa de assustar e dissuadir os grandes pesqueiros; ou, pelo menos como meio de extrair deles alguma espécie de compensação.


Os somalianos chamam-se “Guarda Costeira Voluntária da Somália”. A maioria dos somalianos os conhecem sob essa designação. [Matéria importante sobre isso, em The Armada is not the solution”.] Pesquisa divulgada pelo site somaliano independente WardheerNews informa que 70% dos somalianos aprovam firmemente a pirataria como forma de defesa nacional”.


Claro que nada justifica a prática de fazer reféns. Claro, também, que há gangsters misturados nessa luta – por expemplo, os que assaltaram os carregamentos de comida do World Food Programme. Mas em entrevista por telefone, um dos lideres dos piratas, Segule Ali disse: “Não somos bandidos do mar. Bandidos do mar são os pesqueiros clandestinos que saqueiam nosso peixe.” William Scott entenderia perfeitamente.


Porque os europeus supõem que os somalianos deveriam deixar-se matar de fome passivamente pelas praias, afogados no lixo tóxico europeu, e assistir passivamente os pesqueiros europeus (entre outros) que pescam o peixe que, depois, os europeus comem elegantemente nos restaurantes de Londres, Paris ou Roma? A Europa nada fez, por muito tempo. Mas quando alguns pescadores reagiram e intrometeram-se no caminho pelo qual passa 20% do petróleo do mundo. . . imediatamente a Europa despachou para lá os seus navios de guerra.


A história da guerra contra a pirataria em 2009 está muito mais claramente narrada por outro pirata, que viveu e morreu no século 4 aC. Foi preso e levado à presença de Alexandre, o Grande, que lhe perguntou “o que pretendia, fazendo-se de senhor dos mares.” O pirata riu e respondeu: “O mesmo que você, fazendo-se senhor das terras; mas, porque meu navio é pequeno, sou chamado ladrão; e você, que comanda uma grande frota, é chamado imperador.”


Também faz-nos lembrar da maneira como os Portugueses contaram a história dos Marakkars de Calecute na Índia.


Hoje, outra vez, a grande frota europeia lança-se ao mar, rumo à Somália – mas. . quem é o ladrão?

18 abril, 2009

Associativismo e identidade moçambicana


A Professora Olga Iglésias defendeu ontem, dia 17 de Abril, na Universidade Nova de Lisboa a sua tese de doutoramento em que estudou durante mais de duas décadas o associativismo ligado à luta da independência de Moçambique.
"É um motivo de orgulho para o curso de História que tem beneficiado das diligências da Professora Olga como docente, investigadora e animadora do Núcleo Lusófono da História" - afirma o Coordenador do Curso de História na Universidade Lusófona de Lisboa, o Prof. Doutor Teotónio R. de Souza.
A Prof. Doutora Olga Iglésias vai continuar as suas investigações, integradas na linha de Africanologia, na ULHT, sobre o associativismo islâmico em Moçambique.

16 abril, 2009

Apostar no Presente! mas até ver

Os filhos do Delegado

Conheci o Carlão (nome fictício, porque não me lembro dele, não tanto para salvaguardar a sua identidade) no Recife, num fast-food brasileiro que ficava aberto pela noite dentro. Era irmão de um amigo meu. Grande, sem um dente na frente, mas com aparelho ortodontológico (credo!), gordão, cabelo rapado, feições negras, Carlão era taxista, tal como o irmão. Sorria para mim, sabia quem eu era. O irmão já lhe havia contado das nossas noitadas nos night-clubes do Recife, atoladas de caipirinha, Wisky, rodeados de mulheres lindas, interesseiras.Morto há largos anos o patriarca da família, um valente delegado do Recife, com fama interestadual feita à custa das balas justiceiras, a família ficara um tanto ou quanto desamparada, sem referências, futuro precário. A ambição de procurar mais e melhor fê-los potenciais emigrantes. O sonho americano (dos EUA) e europeu era assunto diário, no pequeno apartamento onde tantas vezes estive. A vida ali seria melhor. A mãe tentou, em vão, duas vezes o consulado americano no Recife: documentos sem fim, comprovativos de emprego fixo e rentável, conta no banco choruda, entre outros. A corajosa senhora, ainda nova e antiga bem-sucedida empresária de produtos de beleza multinacionais, não desesperava. Incentivou talvez os filhos, ainda novos e "com bom corpo para trabalhar".Carlão vendeu um dia o taxi e sabe-se mais lá o quê. Arriscou pagar uma viagem que o levaria para os states, por vias ilegais. Recife-São Paulo, São Paulo-Cidade do México, e daqui para Monterrey ou outra qualquer cidade mais juntinha à fronteira. Estiradas só existem para quem não sonha e não quer. Carlão conseguiu. Passou a fronteira, ludibrou as autoridades. Consta que está bem, já comprou um apartamento no Recife com dólares, que doutra maneira só em sonho.O meu amigo, esse, chegou um dia mais tarde a Portugal. Fui esperá-lo ao aeroporto. A carteira apinhada de cartões de crédito, a conta a zero. Vinha de blazer azul, calça de ganga e sandália (ridiculamente espectacular ou espectacularmente ridículo). Disse ao Serviço de Estrangeiros e Fronteiras que no Brasil era micro-empresário no ramo automóvel (de facto não mentiu-era taxista no Recife), que vinha em férias. Deixaram-no entrar e nunca mais de cá saiu.
Amiiigoooo, boa sorte!
[salvaguardados os direitos do autor] Araujo Pedro <pedroaraujo68@gmail.com>

Conservação de manuscritos na India antiga

Está disponivel em linha a revista de história do Estado indiano de Orissa. Clique no título para aceder ao vol.XLVII, n. 3 da revista em que se pode ler, além de outros textos de grande interesse, também acerca dos processos utilizados para a conservação de livros e manuscritos na Índia. O clima tropical com a humidade e bicharada em abundância, este foi um grande desafio para a transmissão de conhecimentos. Foi por esta mesma razão que na India antiga a transmissão oral foi transformada em missão sagrada dos brâmanes. Desenvolveram-se métodos mnemónicos extraordinários para garantir uma transmissão fiel.

09 abril, 2009

Biblioteca digital de Aceh

Aceh, na parte ocidental de Sumatra, foi o centro de resistência indónesia à presença colonial, tanto holandesa, como anteriormente, à portuguesa. Clique aqui para ler mais sobre a ligação histórica entre Portugal e Aceh. Até muito recentemente opos-se à dominação da Java na Indonesia independente. Foi sempre um centro importante da cultura islâmica, e por esta razão a sua documentação digitalizada que sobreviveu ao tsunamai de há poucos anos é uma fonte valiosa para os estudos da região. O projecto que digitalizou já 600 obras foi financiando pelo governo holandês e pelo Instituto Real do Sudeste Asiático e de Estudos das Caraíbas (KITLV) de Leiden.
Veja por exemplo esta colecção das crónicas malaias:
http://www.acehbooks.org/search/detail/1371?
Teotonio R. de Souza

03 abril, 2009

Património artistico português em Goa


O Professor Doutor Vitor Serrão relatou na Faculdade de Belas Artes de Lisboa as suas descobertas sobre o património artístico no mosteiro de Santa Mónica em Goa durante a sua primeira visita de investigação para aquela capital do antigo Estado da Índia.
Ler mais.....

18 março, 2009

As Semanas Sociológicas Lusófonas

Eis o historial desta “instituição”: Clique no cabeçalho. Poucos terão a consciência, mesmo na Universidade Lusófona, onde as Semanas Sociológicas nasceram e cresceram, que elas têm sido um “laboratório científico”, onde surgiram as inspirações e as iniciativas que acompanharam o desenvolvimento da mais jovem e da maior Universidade privada portuguesa.

13 março, 2009

IX Oficina da História (Universidade Lusófona)


Realiza-se no dia 20 deste mês (Sexta-Feira) das 18.30 às 21.30 h no Auditório Victor de Sá da Universidade Lusófona no Campo Grande (Lisboa) a IX Oficina da História, organizada pelo Curso de Licenciatura em História e pelo Núcleo Lusófona da História.
O Curso de História tem mantido esta prática pedagógica-profissional desde o início do Curso no ano lectivo 1999-2000. São oportunidades para os discentes ouvirem dos mestres (não somente historiadores profissionais) como se faz a história. Desta vez a temática escolhida procura abordar o papel da História em reforçar a identidade local através da Memória. Outra preocupação alimentada pela reforma de Bolonha no Ensino Superior é ligar a Universidade à Sociedade. E o Campo Grande é a sociedade envolvente da Universidade Lusófona.

Os primeiros doutores em Ciência Política na Universidade Lusófona


A Universidade Lusófona foi a primeira Universidade portuguesa com uma licenciatura em Ciência Política. Está agora a chegar a fase da maturação com o 3º ciclo e seus primeiros doutorados.
Armando Rui Teixeira Santos, defendeu com grande sucesso na Universidade Lusófona (Campo Grande, Lisboa) a sua tese de doutoramento sobre a *Economia Política da Corrupção: Caso dos Estados Lusófonos*. A temática obrigou o investigador a uma interdisciplinaridade muito alargada e a cruzamentos de conceitos e abordagens próprias da Ciência Política, Economia, Direito e História. A tese foi orientada pelo Prof. Doutor Teotónio R. de Souza, Director do Mestrado em História Política, Económica e Social Lusófona (Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias, Lisboa).
Doutor Armando Rui Teixeira Santos esteve à altura da arguição cerrada (como é costume nestes eventos) do Prof. Doutor João Casqueira (com formação em Ciência Política e Ciências Jurídicas) da Universidade Fernando Pessoa (Porto) e Prof. Doutora Fátima Roque, "ouro" (temos mais do que prata) da casa, formada em Economia e Econometria. A tese mereceu aprovação unânime com Distinção e Louvor.
O primeiro curso de Ciência Política nas Universidades portuguesas colmata assim a sua evolução e estão na calha outros doutoramentos com contribuições científicas que prometem melhorar a qualidade da vida politica nacional.
Doutor Rui Texeira Santos procede já para os EUA para participar num curso muito prestigiado e de difícil acesso: Georgetown Leadership Seminar of Edmund Walsh School of Foreign Service, Georgetown University, Washington DC.

08 março, 2009

Economia Política da Corrupção: Caso dos Estados Lusófonos

Realiza-se amanhã às 14.30 h no auditório Victor de Sá da Universidade Lusófona (Campo Grande) a defesa pública da tese de doutoramento do Dr. Rui Texeira Santos na área de Ciência Política e Relações Internacionais. A tese orientada pelo Prof. Doutor Teotónio R. de Souza será arguida pelo Prof. Doutor João Casqueira, coordenador de Mestrados em Ciência Política e Relações Internacionais da Universidade Fernando Pessoa (Porto) e pela Prof. Doutora Fátima Roque, economista e professora catedrática da Universidade Lusófona.

A tese defende que a Corrupção é causa da Pobreza, porque os ganhos dos corruptos são inferiores às perdas no Bem-Estar nacional. Conclui também que na actual situação da crise financeira internacional uma maior intervenção do Estado poderá aumentar os níveis da corrupção. Uma das razões para isso é que o Estado dificilmente consegue controlar a si próprio.

A investigação para a tese baseia-se no Índice de Percepções de Corrupção da Transparency International (TI) e na análise da evolução macro económica dos Estados Lusófonos elaborada pelo banco de Portugal. Ela é complementada pela sondagem dos níveis da corrupção em Portugal e nos Estados Lusófonos. A sondagem foi efectuada com ajuda da empresa Pitagórica - Investigação e Estudos de Mercado Lda. As obras mais recentes sobre o tema fazem parte da bibliografia e são citadas, com destaque para os trabalhos de referencia de Susan Rose-Ackerman.

06 março, 2009

Revistas cientificas com livre acesso (História - Ciências Sociais)

Apesar da infeliz tendência em crescimento de vedar o acesso ao conhecimento limitando-o somente aos que têm recursos para comprar nos sites de SAGE, JSTOR e outros "mercadores de conhecimentos", temos a boa sorte de haver ainda 119 revistas de boa qualidade científica disponíveis para consulta em linha: http://www.doaj.org/doaj?func=subject&cpid=13

O desfecho da revista ISIM do Instituto Internacional de Estudos Islâmicos

Foi anunciado há dias que já não será publicada a revista ISIM do Instituto Internacional para Estudos de Islão no Mundo Moderno sedeado na Universidade de Leiden. Todavia os números publicados durante os últimos dez anos estarão disponíveis para consulta na seguinte morada:
https://openaccess.leidenuniv.nl/handle/1887/4946

27 fevereiro, 2009

Mais um santo português

Está anunciada para o próximo Abril a canonização do Beato Nuno Alvares Pereira, o chefe militar da estratégia portuguesa na revolução de 1383-5 que iniciou uma nova fase na história portuguesa. Portugal descobriu a sua vocação marítima. Até então os monarcas portugueses sonhavam com futuro em direcção da Castela e no interior. Mas a vitória de Alcobaça decidiu de vez que Portugal não tinha futuro no interior, e tinha que se virar para o exterior. É desde então que começou o processo que alguns historiadores designaram «meridionalização» e «litoralização» de Portugal.
Os historiadores tem também um outro desafio acerca destes processos de canonização! Houve realmente 7 santos portugueses no passado como o jornal PUBLICO anunciava na sua edição de 22 de Fevereiro? Foi a sua ligação com 1º rei de Portugal que justificou a canonização de S. Teotónio? E S. Gonçalo foi realmente canonizado? Ou faz isto parte da tradição portuguesa de "doutores"?

30 janeiro, 2009

Núcleo Lusófono da História

Vai aqui o convite do NLH (Núcleo Lusófona da História) para todos os amigos e simpatizantes da História para se inscreverem utilizando a ficha de adesão que podem encontrar no link do cabeçalho desta mensagem.
Quem precisar de mais esclarecimentos pode responder a este apelo neste blogue.
Queremos pessoas motivadas e que partem da convicção de que o futuro que queremos pode ser construído somente com a compreensão do passado, e não ignorando o passado.

Sobre o que disse o Sr. Cardeal

Os lideres árabes, obrigados a recuar, fecharam-se ao mundo, com receio do que poderia vir de fora. Protegeram-se, criaram regras rígidas que impusesse a ordem e a união nos territórios dominados, depois da proveitosa expansão iniciada uns séculos antes. Cada líder, cada rei, com o corão na mão-tal como se fez com a bíblia durante praticamente 1500 anos-colocava ordem interna, criando uma carapaça protectora. Tudo o que tinha sido criação, genialidade, invenção técnica, ideias novas, não interessava agora. O Estado tinha que prevalecer sobre o privado, sob pena de desagregação, transformações sociais indesejadas, a qualquer custo. O mundo árabe estagnou. O privado era o Estado, o Estado era o privado. Mais do que isso não. A mulher, segundo o corão, é um ser submisso ao homem, até porque é um ser frágil e que não trabalha, logo como pode ter algo a dizer ao homem de espada em punho e saco de dinheiro na cintura?
O Sr. Cardeal não se lembra dos tempos áureos da Igreja, onde a mulher era submissa ao homem, por lei divina?
Tem a memória curta e é irresponsável, porque, nesta altura, não são precisas mensagens de ódio e xenofobia, ainda por cima dirigidas a ovelhas tresmalhadas (mulheres cristãs casarem com muçulmanos, imagine-se) de um já disperso rebanho.
Não tente impor nada, Sr Cardeal, a revolução francesa há-de chegar um dia àquelas bandas, não porque um Napoleão ocidental vai entrar por ali dentro, que isso já não se usa (embora o George USA o pretendesse), mas porque as parabólicas já chegaram há muito ao mundo árabe. Se tiver que acontecer alguma coisa, será com naturalidade, será internamente. Não temos que nos impor a ninguém.
E porque hoje é sexta-feira:
YES, WEEKEND!!!

23 janeiro, 2009

Arquivo Nacional da Torre do Tombo

- Uma visita com o sabor das memórias!

Inserida no Programa Curricular da disciplina de Introdução à História – I, teve lugar na Quarta-Feira, dia 21 de Janeiro de 2009, a agendada Visita de Estudo da nossa Turma ao Arquivo Nacional da Torre do Tombo, na Alameda da Universidade, em Lisboa.

Esta verdadeira instituição viva do património cultural e histórico da nação, dependente da Direcção-Geral de Arquivos, do Ministério da Cultura, encerra em si, não só a memória do nosso passado colectivo, como as suas mais importantes fontes documentais e, acima de tudo, como diria o poeta, as nossas próprias saudades do futuro.

Não é em vão que, desde a antiguidade clássica, a História nos dá conta de que os povos organizados em sociedades, tiveram a necessidade de projectar o seu presente e a construção do seu futuro, tendo por base um mito ou uma estória – melhor dito, mitos ou estórias! -que envolvessem os seus maiores e os feitos que destes ecoava nas suas memórias ou, nas mais das vezes, se inventavam para criar, recriar ou reinventar um passado colectivo que, muitas vezes, não passava de sonhos ou visões completamente deturpadas dos factos, mas enlevadas pelas emoções e afectos que nem sempre são bons conselheiros para a hermenêutica, a crítica e a eurística da historiografia.

Quem se dedicar ao estudo e à investigação das chamadas Culturas Clássicas, cedo achará que a mitologia grega e romana, não é mais do que a expressão viva e actual, ainda que ancestral, da tese por nós aqui defendida!
Com esta visita ao Arquivo Nacional da Torre do Tombo, magnificamente guiada pela Drª Maria dos Remédios Amaral, Assessora Principal, do Serviço Educativo do Gabinete de Relações Externas e Cooperação, se concluiu – e bem! - o percurso traçado, no início do semestre, em que se programaram as vistas de estudo e trabalho à Biblioteca Central Victor de Sá (da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias), ao Arquivo, Museu e Palácio da Presidência da República e ao Arquivo Nacional da Torre do Tombo.

Sempre acompanhados pela docente da disciplina de Introdução à História – I, Professora Drª Olga Iglésias e pela Drª Maria dos Remédios Amaral, os discentes que efectuaram esta jornada de estudo, tiveram a oportunidade de visitar demoradamente as instalações da Torre do Tombo e contactar de perto com as ferramentas e metodologias colocadas à disposição dos investigadores e historiadores ou dos simples curiosos do nosso passado, para o cabal desempenho das suas necessidades naquele espaço que é, por si, uma verdadeira cátedra de conhecimento e do saber da História de Portugal.

No final da visita, foi-nos ainda facultada a observação de uma interessante mostra, organizada na Sala de Exposições temporárias da Torre do Tombo, iniciativa integrada no Ano Europeu do Diálogo Intercultural, sob o aliciante tema “Os Arquivos no Diálogo Intercultural” o que nos permitiu uma reflexão sobre as especificidades da utilidade, manutenção, preservação e dignificação deste tipo de arquivos, hoje em dia tão na moda, através da novel teorização e concepção das Ciências Documentais.

Para quem é visita assídua deste local, os segredos revelados, não constituíram uma novidade, mas com a certeza da solidariedade, entre companheiros de turma, o espírito de partilha abriu-nos novos olhares e novas maneiras de estar e ser intérprete ou protagonista da própria história da ancestral Torre do Tombo!

Eu, ainda sou do tempo – sem saudosismos! – das pastas e dos maços se amontoarem por sombrios corredores e frias escadas do actual Palácio de São Bento, outrora convento beneditino, onde a troco de uma garrafa de vinho do porto se conseguiam as tão necessárias fotocópias dos processos de Santo Ofício, para a construção da genealogia familiar. Como longe vão esses tempos! Hoje a Torre do Tombo é modelo de modernidade e inovação, até no natural acompanhamento das novas tecnologias que, a todo o momento e todos os dias, fazem perigar a longevidade dos métodos de suporte e arquivo.

Talvez seja tempo, de recuperar a força e a razão da cidadania, dos direitos cívicos e conseguir que a antes activa, bem pensada e melhor conseguida Associação dos Amigos da Torre do Tombo volte a ter a acção de pressão, divulgação e dignificação que teve no passado recente!

Uma visita com o sabor das memórias e… os olhos no Futuro!

21 janeiro, 2009

Como Jefferson previu em 1802...

Sem computadores, estatísticas ou análises de mercado...

«Acredito que as instituições bancárias são mais perigosas para as nossas liberdades do que o levantamento de exércitos. Se o povo Americano alguma vez permitir que bancos privados controlem a emissão da sua moeda, primeiro pela inflação, e depois pela deflação, os bancos e as empresas que crescerão à roda dos bancos despojarão o povo de toda a propriedade até os seus filhos acordarem sem abrigo no continente que os seus pais conquistaram.»

Thomas Jefferson, estadista norte-americano (1743-1826)

Ainda pensam que a História não se repete?

19 janeiro, 2009

E se Obama fosse africano?

Esta pergunta foi colocada pelo escritor moçambicano Mia Couto no texto que segue, o qual reflecte na perfeição a realidade africana.

Os africanos rejubilaram com a vitória de Obama. Eu fui um deles. Depois de uma noite em claro, na irrealidade da penumbra da madrugada, as lágrimas corriam-me quando ele pronunciou o discurso de vencedor. Nesse momento, eu era também um vencedor. A mesma felicidade me atravessara quando Nelson Mandela foi libertado e o novo estadista sul-africano consolidava um caminho de dignificação de África.

Na noite de 5 de Novembro, o novo presidente norte-americano não era apenas um homem que falava. Era a sufocada voz da esperança que se reerguia, liberta, dentro de nós. Meu coração tinha votado, mesmo sem permissão: habituado a pedir pouco, eu festejava uma vitória sem dimensões. Ao sair à rua, a minha cidade se havia deslocado para Chicago, negros e brancos respirando comungando de uma mesma surpresa feliz. Porque a vitória de Obama não foi a de uma raça sobre outra: sem a participação massiva dos americanos de todas as raças (incluindo a da maioria branca) os Estados Unidos da América não nos entregariam motivo para festejarmos.

Nos dias seguintes, fui colhendo as reacções eufóricas dos mais diversos recantos do nosso continente. Pessoas anónimas, cidadãos comuns querem testemunhar a sua felicidade. Ao mesmo tempo fui tomando nota, com algumas reservas, das mensagens solidárias de dirigentes africanos. Quase todos chamavam Obama de "nosso irmão". E pensei: estarão todos esses dirigentes sendo sinceros? Será Barack Obama familiar de tanta gente politicamente tão diversa? Tenho dúvidas. Na pressa de ver preconceitos somente nos outros, não somos capazes de ver os nossos próprios racismos e xenofobias. Na pressa de condenar o Ocidente, esquecemo-nos de aceitar as lições que nos chegam desse outro lado do mundo.

Foi então que me chegou às mãos um texto de um escritor camaronês, Patrice Nganang, intitulado: "E se Obama fosse camaronês?". As questões que o meu colega dos Camarões levantava sugeriram-me perguntas diversas, formuladas agora em redor da seguinte hipótese: e se Obama fosse africano e concorresse à presidência num país africano? São estas perguntas que gostaria de explorar neste texto.

E se Obama fosse africano e candidato a uma presidência africana?

1. Se Obama fosse africano, um seu concorrente (um qualquer George Bush das Áfricas) inventaria mudanças na Constituição para prolongar o seu mandato para além do previsto. E o nosso Obama teria que esperar mais uns anos para voltar a candidatar-se. A espera poderia ser longa, se tomarmos em conta a permanência de um mesmo presidente no poder em África. Uns 41 anos no Gabão, 39 na Líbia, 28 no Zimbabwe, 28 na Guiné Equatorial, 28 em Angola, 27 no Egipto, 26 nos Camarões. E por aí fora, perfazendo uma quinzena de presidentes que governam há mais de 20 anos consecutivos no continente. Mugabe terá 90 anos quando terminar o mandato para o qual se impôs acima do veredicto popular.

2. Se Obama fosse africano, o mais provável era que, sendo um candidato do partido da oposição, não teria espaço para fazer campanha. Far-Ihe-iam como, por exemplo, no Zimbabwe ou nos Camarões: seria agredido fisicamente, seria preso consecutivamente, ser-Ihe-ia retirado o passaporte. Os Bushs de África não toleram opositores, não toleram a democracia.

3. Se Obama fosse africano, não seria sequer elegível em grande parte dos países porque as elites no poder inventaram leis restritivas que fecham as portas da presidência a filhos de estrangeiros e a descendentes de imigrantes. O nacionalista zambiano Kenneth Kaunda está sendo questionado, no seu próprio país, como filho de malawianos. Convenientemente "descobriram" que o homem que conduziu a Zâmbia à independência e governou por mais de 25 anos era, afinal, filho de malawianos e durante todo esse tempo tinha governado "ilegalmente". Preso por alegadas intenções golpistas, o nosso Kenneth Kaunda (que dá nome a uma das mais nobres avenidas de Maputo) será interdito de fazer política e assim, o regime vigente, se verá livre de um opositor.

4. Sejamos claros: Obama é negro nos Estados Unidos. Em África ele é mulato. Se Obama fosse africano, veria a sua raça atirada contra o seu próprio rosto. Não que a cor da pele fosse importante para os povos que esperam ver nos seus líderes competência e trabalho sério. Mas as elites predadoras fariam campanha contra alguém que designariam por um "não autêntico africano". O mesmo irmão negro que hoje é saudado como novo Presidente americano seria vilipendiado em casa como sendo representante dos "outros", dos de outra raça, de outra bandeira (ou de nenhuma bandeira?).

5. Se fosse africano, o nosso "irmão" teria que dar muita explicação aos moralistas de serviço quando pensasse em incluir no discurso de agradecimento o apoio que recebeu dos homossexuais. Pecado mortal para os advogados da chamada "pureza africana". Para estes moralistas - tantas vezes no poder, tantas vezes com poder - a homossexualidade é um inaceitável vício mortal que é exterior a África e aos africanos.

6. Se ganhasse as eleições, Obama teria provavelmente que sentar-se à mesa de negociações e partilhar o poder com o derrotado, num processo negocial degradante que mostra que, em certos países africanos, o perdedor pode negociar aquilo que parece sagrado - a vontade do povo expressa nos votos. Nesta altura, estaria Barack Obama sentado numa mesa com um qualquer Bush em infinitas rondas negociais com mediadores africanos que nos ensinam que nos devemos contentar com as migalhas dos processos eleitorais que não correm a favor dos ditadores.

Inconclusivas conclusões

Fique claro: existem excepções neste quadro generalista. Sabemos todos de que excepções estamos falando e nós mesmos moçambicanos, fomos capazes de construir uma dessas condições à parte.

Fique igualmente claro: todos estes entraves a um Obama africano não seriam impostos pelo povo, mas pelos donos do poder, por elites que fazem da governação fonte de enriquecimento sem escrúpulos.

A verdade é que Obama não é africano. A verdade é que os africanos - as pessoas simples e os trabalhadores anónimos - festejaram com toda a alma a vitória americana de Obama. Mas não creio que os ditadores e corruptos de África tenham o direito de se fazerem convidados para esta festa.

Porque a alegria que milhões de africanos experimentaram no dia 5 de Novembro nascia de eles investirem em Obama exactamente o oposto daquilo que conheciam da sua experiência com os seus próprios dirigentes. Por muito que nos custe admitir, apenas uma minoria de estados africanos conhecem ou conheceram dirigentes preocupados com o bem público.

No mesmo dia em que Obama confirmava a condição de vencedor, os noticiários internacionais abarrotavam de notícias terríveis sobre África. No mesmo dia da vitória da maioria norte-americana, África continuava sendo derrotada por guerras, má gestão, ambição desmesurada de políticos gananciosos. Depois de terem morto a democracia, esses políticos estão matando a própria política. Resta a guerra, em alguns casos. Outros, a desistência e o cinismo.

Só há um modo verdadeiro de celebrar Obama nos países africanos: é lutar para que mais bandeiras de esperança possam nascer aqui, no nosso continente. É lutar para que Obamas africanos possam também vencer. E nós, africanos de todas as etnias e raças, vencermos com esses Obamas e celebrarmos em nossa casa aquilo que agora festejamos em casa alheia.


Publicado no jornal Savana em 14 de Novembro de 2008.

18 janeiro, 2009

As lógicas imperiais e os processos contemporâneos

É uma análise das lógicas coloniais-imperiais portuguesas a partir de
nove memórias publicadas em Goa e em Portugal. São cinco os autores goeses e quatro portugueses. Qualquer delas já vem tarde para intervir e alterar o rumo.
São pós-visões do passado, e o pós-visionismo põe em risco a capacidade de captar a contemporaneidade dos processos que acompanharam as lógicas imperiais. Mas acho que podem ter algum valor positivo de apanhar as implicações destes processos a longo prazo.
As transições e a continuidade merecem ser levadas em conta para avaliar melhor os processos que nos interessam e que não podem ser estudados validamente somente na sua contemporaneidade e isolados do seu passado e do seu futuro.
É com esta perspectiva de “processos contemporâneos” que eu pensei em chamar a atenção para a utilidade das memórias “recém-publicadas” de alguns autores que participaram nesses processos. Quero deixar um caveat: São também armadilhas “montadas” e que nos podem distrair do verdadeiro caminho para a compreensão dos mesmos processos.

N.B. Será publicada em breve uma versão alargada desta análise em inglês, no número especial dedicado a “Parts of Asia“, da revista Portuguese Literary and Cultural Studies, coordenado por Cristiana Bastos, investigadora no ICS, Universidade de Lisboa. A nova versão inclui mais quatro mémorias, duas destas publicadas em Portugal e duas em Goa.

08 janeiro, 2009

Uma longa história e um futuro trágico em construção

Da maneira como até agora Israel tem procurado criar zonas de controle nos países soberanos vizinhos, nunca será possível garantir respeito pela soberania dos seus vizinhos e ao mesmo tempo exigir que eles garantam a segurança de Israel! O desiquilibrio das forças e a ferocidade dos ataques israelitas só vão gerar mais ódio das novas gerações dos palestinos e seus simpatizantes, ódio esse que se associa também aos americanos e seus aliados considerados cúmplices dos sionistas. Israel tem uma longa história, mas também um longo e trágico futuro em construção.

06 janeiro, 2009

A Função Social da História?

Ao longo do texto de José Mattoso “ A Função Social ”, apresentado na abertura do ano lectivo 1998/1999, Licenciatura de História, não me parece bem clara a diferença entre historiadores e licenciados em História, a não ser, que o autor tenha optado por considerar historiador todos os licenciados em História, já que teve o cuidado de apresentar uma nova diferenciação como criação de historiadores profissionais.
Confesso contudo, que fiquei mais confusa, quando me diz que esta classe esta espalhada por toda a parte, mesmo nas cidades do interior e, que se ocupam a investigar o passado de todos os lugares e regiões, apresentando em paralelo actividades dos arqueólogos. Julgava que profissionais eram os que viviam das suas publicações e, possivelmente, os que no aparelho do estado, são funcionários públicos, não dependem dos seus escritos ou investigações.
Quanto ao futuro dos licenciados em História, que a partir dos anos 80, embora o autor referia os anos 70, oferecem mais oportunidades aos que se licenciaram em História para exercerem outras actividades que o autor não especifica, mas que as relações publicas, comerciais e de turismo vão ser preenchidas com estes licenciados.
Ao contrário do historiador, não creio que as famílias dos burgueses fossem chamadas à discussão acerca da História, já que a possibilidade de emprego consoante as “ cunhas” não é de ontem nem de hoje, mas de sempre. O que é necessário, conforme diz o autor, é que todos tenhamos a percepção clara entre os conhecimentos históricos e as necessidades do mercado. Só assim, será possível orientar os nossos movimentos, no sentido de uma tarefa compatível e que esteja ao nosso alcance.
Para que o esforço não seja inútil, não considero desinteressante, bem pelo contrário, estar atenta ao mundo empresarial e aos noticiários do país, pois só assim, poderemos saber o que se constrói em equipamento cultural, em estruturas produtivas, bem como as condições sociais para projectos de desenvolvimento, onde possamos ser úteis e necessários.
Sobre as questões complexas não é a minha opinião persuadir os gestores a saber História, mas sim a contratarem profissionais licenciados em História, dada a sua preparação em poderem perspectivar o futuro, já que bem conhecem o passado.
Concordo inteiramente com a deslocalização para qualquer área do país onde as suas qualificações sejam necessárias, já que todas as razões invocadas são ultrapassadas com o nosso trabalho, os nossos conhecimentos, sempre actualizados com as novas tecnologias.
Acerca da investigação, damos como certo que não investiga quem quer, mas sim quem tem conhecimentos para investigar, quem tem uma perseverança inabalável nas dificuldades e quem esteja preparado para saber que em alguns casos não se encontra a resposta prevista.
A investigação não será assim um objecto que possa vir a ter um futuro previsível, mas não nego, que o facto de a história exigir amplos conhecimentos das ciências humanas e capacidade para integrar os contributos de outras ciências, dá-se uma visão diversificada e crítica do mundo e, dos pequenos factos individuais que tantas vezes são desconsiderados, mas com um enorme valor pessoal e impacto social.
Para finalizar, recordar o passado colectivo como demonstra o autor, não é para mim uma luta contra o desaparecimento da identidade, mas sim fomentar a consciência dela mesmo.

Filipa Carvalho
frgpca@hotmail.com